PROFOLIDER 2010: Mais um Programa de Formação de Lideranças organizado pela CRB Nacional. Uma iniciativa, sem dúvida que favorece o re-encantamento pela Vida Religiosa.
O Profolider VII foi marcado não só pela inter-congregacionalidade (24 participantes, 23 Congregações), mas também pela internacionalidade (9 países). Uma riqueza de carismas, culturas, experiências, expectativas, sonhos e um desejo enorme de acertar o passo caminhando na mesma direção com os “olhos fixos em Jesus”. Conscientes dos impactos decorrentes das transformações sociais, políticas, econômicas, ambientais e religiosas de um mundo em transição, sem paradigma definida, trazemos também perguntas inquietantes, desafios, dúvidas e as dores típicas das grandes crises.?Neste sentido o Profolider é um exercício fascinante que nos leva a olhar todas as dimensões da vida, não só para desvendar o que explora e desvitaliza, mas, sobretudo perceber as inúmeras possibilidades que este tempo oferece e assumir, com autoria bem definida, nossa missão de seguidoras e seguidores de Jesus Cristo, sinais do Reino. Um exercício para alargar o horizonte e o coração, romper e inovar paradigmas, abraçando apaixonadamente a Causa de Jesus Cristo, toda humanidade e nossa casa comum, a Mãe Terra.
É impossível sintetizar tudo o que vivenciamos a partir da proposta holística do Profolider. Destacamos alguns testemunhos…
“É um tempo de graça, nova vida no seguimento de Cristo. Vindo de uma longa viagem cansativa, sob o sol forte, parei num poço no meio do caminho para saciar-me, descansar e depois retomar o caminho. Nesta parada e descida na profundidade do poço, “Esperei com paciência no Senhor, e Ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.”(Sl 40,1). Encontrei a mim mesma, minhas limitações e fraquezas, mas ao mesmo tempo redescobri e “toquei” os carismas que recebi… Foi um tempo de renascer, redescobrindo o dom do Batismo. Encontrei-me com o Mestre da Vida, na intimidade do coração onde jorra a fonte daquela água viva”.
“Oferece uma perspectiva clara: contribui para uma nova geração de Vida Consagrada, firmemente alicerçada no seguimento de Jesus Cristo. É como um fórum de reflexão e confronto entre a teoria e a prática do discipulado. É um convite a assumir o modelo da tenda, onde acontece ao mesmo tempo o encontro amoroso com Jesus e a itinerância continua. Tem o frescor das idéias novas, que provocam inquietações, abalam convicções, criam novos paradigmas de análise e lançam novas luzes sobre verdades conhecidas ou poucas manifestadas devido a acomodação ou a gestão e formação pouco evangélicas”
“Proporcionou-me uma experiência de escuta de partilhas e pesquisas através de: conteúdos, momentos de espiritualidade, acompanhamento espiritual… Desafiou-me a correr riscos, a enfrentar o medo do novo, rever o compromisso com a VIDA como também ofereceu luzes para melhorar a vivência fraterna”.
“É uma experiência enriquecedora de aprofundamento, questionamentos e oportunidade de revitalização da Vida Religiosa Consagrada; oferece a possibilidade de mudança paradigmática de liderança: a capacidade de autoliderar-se é vital para poder liderar pessoas e coordenar projetos numa relação dialética entre ser e fazer”.
“Oferece-me oportunidade de rever alguns conceitos, posturas e buscar novo jeito de me proporcional frente aos desafios inerentes à Vida Religiosa Consagrada e à minha própria opção. Alguns conteúdos e a partilha de experiências me fazem acreditar e sonhar com uma Vida Religiosa Consagrada mais humanizada”.
“É um processo libertador que engloba as dimensões humanas. Favorece a tomada de consciência dos nossos limites, dúvidas, infidelidades e incertezas, dando assim espaço para que a graça divina possa redimensionar e vivificar todas as potencialidades humanas”.
“Dois temas me provocaram de forma especial: os votos numa nova perspectiva, apaixonando-me mais ainda pela VRC hoje e os fundamentos bíblicos da missão. Se a nossa primeira missão é tornar-se sempre mais imagem e semelhança de Deus, a grande interpelação é curvar-se ao outro, como Jesus fez no gesto do lava-pés”.
De uma coisa temos certeza: não queremos perder o futuro! Sabemos que decodificar sentidos, compreender relações complexas, ter uma postura de vida baseada numa ética trinitária, portanto inclusiva, que reconhece como sadias e justas a pluralidade de experiências não é suficiente. Ouvir o grito profético da Terra e o clamor dos marginalizados ainda não é tudo. Somos enviados, como Jesus de Nazaré, a amar o tempo em que vivemos “até o extremo” (Jo 13) e “anunciar a boa nova do Reino e curar os doentes”( Lc 9, 1-2) hoje!
Nossa gratidão, a exemplo de Maria, quer se tornar AMOR-SERVIÇO no cotidiano de nossas comunidades e missão.