Laudato si: encorajamento a humanizar as relações

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Bogotá (RV) – A ação humana, o trabalho, o cuidado com o ambiente e com os microcosmos com os quais nos relacionamos e a ecologia integral proposta pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato si, foram os temas mais abordados pelos oradores durante o primeiro dia do Encontro da Rede Eclesial Pan-amazônica, na sede da Conferência Episcopal Colombiana, em Bogotá.

Depois dos pronunciamentos de alguns expoentes da Repam, foi a vez da voz dos índios, das denúncias e esperanças dos povos pan-amazônicos e de suas experiências em construir outro modelo de futuro, em harmonia com a natureza. Como a identidade ancestral dos índios pode oferecer ensinamentos úteis à Igreja nesta realidade? Muitas comunidades indígenas participam do encontro ao lado de organizações e congregações que trabalham ao seu lado, compartilhando os seus desafios. E a encíclica Laudato si é de inspiração para todos:

A participação da Santa Sé

“Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando o solo, a água, o ar e todos os seres da criação estão sob ameaça constante?”. A partir desta denúncia do Papa Francisco, uma menção especial foi dedicada ao célebre escritor colombiano Gabriel García Márquez: “Não temos outro mundo para onde nos mudar”, como citou o Padre Michael Czerny, que representa no encontro o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, promotor da Repam.

“Que saibam – afirma o cardeal – que não estão sozinhos, que muitos os apoiam e admiram. Na história contemporânea de perseguição, desumanização e extermínio, chegou o momento de mostrar à comunidade internacional que a Pan-amazônia merece um futuro diferente”.

Com a Laudato si’, o Papa Francisco enriqueceu o ensinamento da Igreja sobre a relação entre a ecologia natural e a ecologia humana. Nela, o Pontífice assinala que “quando se fala de meio ambiente, se indica particularmente uma relação: a que existe entre a natureza e a sociedade que a habita. Assim, a natureza não é algo separado de nós, porque nós estamos incluídos nela”.

Para a Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, da Congregação das Mensageiras do Amor Divino, o Papa, com este documento, ajuda a humanizar as relações:

“Nós estamos perdendo muito a questão das relações. Como o ser humano não consegue mais se relacionar bem consigo mesmo, com o outro, e com Deus, ele destrói. Não valoriza a natureza, não valoriza o ser humano, não valoriza o alimento, a vida, a limpeza… porque as relações estão machucadas. Então, o grande testemunho que o Papa tem dado para nós é a humanização; temos que ser mais humanos. O ser humano é criado por amor, no amor e para o amor. Se nos humanizamos, nos relacionamos melhor e cuidamos. Quem se relaciona bem, cuida. Quem ama cuida!”.

De Bogotá, Cristiane Murray

Fonte: Rádio Vaticano

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