Por Jaime C. Patias |08.07.2015| Neste artigo, padre Jaime Carlos Patias, secretário nacional da Pontifícia União Missionária, aborda a fundamentação pastoral que embasará o 2° Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, que será aberto nesta quinta (9) em Belo Horizonte(MG), às 18h. Reflete também sobre os objetivos do Congresso, a programação, o material visual e seu significado, a cartilha de estudo distribuída para os seminaristas e os apelos da Igreja para a Missão. Confira o artigo.
As Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (Doc. 93 da CNBB) afirmam que, a formação pastoral-missionária deve ser o princípio unificador de todo o processo formativo (estudos e práticas pastorais) que qualifica o presbítero para o seu ministério “sempre impregnado pela ação do Espírito de Deus” (cf. 300). Daí a necessidade de o seminarista cultivar uma sólida espiritualidade missionária para enfrentar os desafios da missão hoje. Isso implica passar de “uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DAp 370).
Com o objetivo de animar e aprimorar a formação missionária dos futuros presbíteros em vista de um autêntico espírito missionário, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) promovem, nos dias 9 a 12 de julho, o 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas. Motivado pelo tema: “O missionário presbítero para uma Igreja em saída”, e o lema: “Ide sem medo para servir” (Papa Francisco), o evento reunirá, na PUC Minas, em Belo Horizonte (MG), cerca de 300 participantes entre seminaristas, reitores de seminários, formadores, bispos e convidados.
Em sua fase de preparação o Congresso conta com uma equipe de coordenação e diversas equipes de trabalhos. O Conselho Missionário Regional (Comire) Leste 2 da CNBB, o Conselho Missionário Diocesano (Comidi) de Belo Horizonte, estão diretamente empenhados na organização.
Os congressistas serão hospedados pelas famílias de cinco paróquias nas proximidades da PUC Minas. A organização terá também o apoio do Seminário Arquidiocesano, comunidades religiosas, alguns movimentos eclesiais e a Juventude Missionária (JM).
Na realização do evento as POM contam com a parceria da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB); a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB; a Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada; e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
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Objetivo geral do Congresso
Animar e aprimorar a formação missionária dos futuros presbíteros em vista de um autêntico espírito missionário
Objetivos específicos
– Alimentar uma mística missionária capaz de animar os futuros presbíteros para missão universal.
– Evidenciar a natureza missionária no ministério presbiteral para uma Igreja em saída
– Incentivar a criação e a articulação de Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises)
– Aproximar as casas de formação da atividade de animação e cooperação missionária da Igreja local através dos Conselhos Missionários
– Motivar o envolvimento dos seminaristas nos projetos diocesanos de missão
– Incentivar experiências missionárias significativas durante a formação
– Suscitar eventos de formação missionária (Formises) entre os seminaristas nos diversos níveis
– Favorecer uma experiência de partilha entre os seminaristas do todo o Brasil
Na imagem um jovem sobressai do globo entre os mapas dos continentes. Os traços ligam o corpo do jovem presbítero ao mundo indicando a realidade onde ele deve viver sua missão. Uma das linhas contorna a cabeça do jovem e desce ao longo do corpo em forma de cajado. Esta com outro traço vindo do mapa formam uma cruz sobre seu coração. O missionário presbítero como bom pastor, tem a missão na mente e no coração.
A veste branca na mão esquerda tem estilo de uma túnica para indicar que o jovem deve viver atento à vocação a qual foi chamado, mas ao mesmo tempo, deve vivê-la junto ao povo, por isso a manga direita é de uma camisa. Tudo está unido à missão de Deus Trindade retratado nas três linhas que contornam a parte esquerda do desenho. O cartaz contém as cores missionárias dos continentes (vermelho, amarelo, verde, azul e branco) que somados ao globo e ao mapa simbolizam a missão universal, na qual as Igrejas locais estão convocadas a cooperar. Essa visão é reforçada pelo tema e o lema do Congresso.
A ideia original do cartaz é do seminarista Silas de Oliveira, da Comunidade de Ação Pastoral, em Pouso Alegre (MG) e a arte final de Wesley T. Gomes, designer das POM.
Cartilha de preparação
Para envolver o maior número de seminaristas na reflexão sobre essa temática a Pontifícia União Missionária elaborou uma cartilha com quatro roteiros de encontros. O texto é extraído das orientações para a animação missionária da Igreja no Brasil propostas pelo conselho Missionário Nacional (Comina) e que servem para todos os organismos atuantes na missão. O livrinho traz pistas de reflexões sobre os fundamentos e desafios da missão, animação e cooperação missionária. Além disso, o documento orienta a organização do Conselho Missionário de Seminarista (Comise), organismo que tem por finalidade animar os seminaristas a uma sólida espiritualidade e formação missionária.
O subsídio foi distribuído pelos seminários e casas de formação de todo o Brasil (Filosofia e Teologia) e está sendo estudado pelos seminaristas como preparação ao evento. Com isso, o Congresso já começou e está provocando uma reflexão sobre a formação do futuro presbítero para uma Igreja em saída missionária, conforme nos pede o papa Francisco.
A vocação da Igreja
O Concílio Vaticano II definiu “a Igreja peregrina” como “missionária por natureza” (AG 2): essa é sua vocação própria, sua identidade mais profunda (cf. EN 14), sua razão de ser, sua essência estruturante e seu serviço à humanidade (cf. DP 1145; RMi 2).
Portanto, a Igreja é chamada a estar “em saída” como o seu Senhor que “sabe ir à frente, sabe tomar iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos” (EG 24). Essa vocação da Igreja deve ser assumida por seus discípulos missionários. Por isso, a urgência de uma formação que coloque a missão no coração dos presbíteros.
Não podemos ficar tranquilos em espera passiva em nossos templos, somente celebrando belas liturgias e realizando encontros voltados para a comunidade local, mas é urgente ir em todas as direções” (DAp 548). O próprio ardor missionário do presbítero deve contagiar todo o povo de Deus.
Pe. Jaime Carlos Patias, IMC, é secretário nacional da Pontifícia União Missionária. Publicado no SIM n. 2 (abril-junho de 2015)