Beatificação de João Paulo I: o Papa do Sorriso

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João Paulo I,  Albino Luciani, oriundo de família humilde, foi Papa da Igreja durante apenas 33 dias, entre 26 de agosto de 1978 até a data da sua morte. Tornou-se rapidamente conhecido na Cúria Romana pelo apelido de “Papa do Sorriso”, por sua afabilidade

Nascimento: 17 de outubro de 1912, Canale d’Agordo, Itália
Eleição: 26 de agosto de 1978
Falecimento: 28 de setembro de 1978, Vaticano (65 anos)
Beatificação: 4 de setembro de 2022, Praça de São Pedro, por Papa Francisco

“Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado”. Palavras do Papa Francisco na homilia da Santa Missa de Beatificação do Papa João Paulo I, neste domingo, 4 de setembro
Na manhã deste domingo, 4 de setembro, foi realizada a Santa Missa com o Rito de Beatificação do Papa João Paulo I na Praça São Pedro no Vaticano. Na sua homilia, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia, do seguimento do Mestre,  recordando as exigências de Jesus para segui-lo perguntando-se o significado das suas advertências.

O discernimento
“Em vez de se deixar atrair pelo fascínio da popularidade, pede a cada um para discernir cuidadosamente os motivos por que o segue e as consequências que isso acarreta”.

“Com efeito – continua Francisco – pode-se seguir o Senhor por várias razões, e algumas destas –admitamo-lo – são mundanas: por trás duma fachada religiosa perfeita pode-se esconder a mera satisfação das próprias necessidades, a busca do prestígio pessoal, o desejo de aceder a um cargo, de ter as coisas sob controle, o desejo de ocupar espaço e obter privilégios, a aspiração de receber reconhecimentos, e muito mais. Isso acontece hoje entre os cristãos. Mas não é o estilo de Jesus; nem pode ser o estilo do discípulo e da Igreja”. Segui-lo, continua, “significa ‘tomar a própria cruz’ (Lc 14, 27): como Ele, carregar os pesos próprios e os alheios, fazer da vida um dom, não uma posse, gastá-la imitando o amor magnânimo e misericordioso que Ele tem por nós”.

Ponderando em seguida: “Para o conseguir, porém, é preciso olhar mais para Ele do que para nós próprios, aprender o amor que brota do Crucificado”. Citando João Paulo I disse, nós mesmos “somos objeto, da parte de Deus, dum amor que não se apaga”. “Não se apaga: nunca se eclipsa da nossa vida, resplandece sobre nós e ilumina até as noites mais escuras”. “Amar, ainda que custe a cruz do sacrifício, do silêncio, da incompreensão, da solidão, da contrariedade e da perseguição”.

Citando ainda o novo Bem-aventurado, esclareceu:
“Se queres beijar Jesus crucificado, não o podes fazer sem te debruçares sobre a cruz e deixar que te fira algum espinho da coroa, que está na cabeça do Senhor. O amor até ao extremo, com todos os seus espinhos: e não as coisas a meio, as acomodações ou a vida tranquila.”

Ainda falando do amor ou do medo de nos perdermos, renunciarmos a dar-nos, ou deixar inacabadas as coisas, Francisco recorda que se fizermos assim: “Acabamos por viver a meias: sem nunca dar o passo decisivo, sem levantar voo, sem arriscar pelo bem, sem nos empenharmos verdadeiramente pelos outros.”

Viver plenamente o Evangelho
“Jesus pede-nos isto: vive o Evangelho e viverás a vida, não a meias medidas, mas até ao fundo. Sem conceções

“Irmãos, irmãs, o novo Beato viveu assim: na alegria do Evangelho, sem cedências, amando até ao extremo. Encarnou a pobreza do discípulo, que não é apenas desapegar-se dos bens materiais, mas sobretudo vencer a tentação de me colocar a mim mesmo no centro e procurar a glória própria. Ao contrário, seguindo o exemplo de Jesus, foi pastor manso e humilde. Considerava-se a si mesmo como o pó sobre o qual Deus se dignara escrever. Nesta linha, exclamava: ‘O Senhor tanto recomendou: sede humildes! Mesmo que tenhais feito grandes coisas, dizei: ‘somos servos inúteis’”.

Por fim Francisco concluiu a homilia recordando:

“Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não é  impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado, caindo no ‘retrocesso’. Rezemos a este nosso pai e irmão e peçamos-lhe que nos obtenha ‘o sorriso da alma’; aquele transparente, aquele que não engana: o sorriso da alma, servindo-nos das suas palavras, peçamos o que ele próprio costumava pedir: ‘Senhor, aceitai-me como sou, com os meus defeitos, com as minhas faltas, mas fazei que me torne como Vós desejais’”.

FONTE: Vatican news

Assista o  Filme: JOÃO PAULO I – O SORRISO DE DEUS, no youtube

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