“Nossos missionários são muito dedicados e têm um grande amor por este povo.” Esta é a impressão do diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil (POM), padre Camilo Pauletti, que esteve entre os dias 14 a 23 de novembro em visita aos missionários brasileiros que trabalham na Guiné Bissau.
Uma das finalidades das POM é prestar solidariedade e dar apoio aos missionários brasileiros na missão além-fronteiras. Atualmente mais de 40 missionárias e missionários brasileiros atuam nas duas dioceses daquele país: Bafatá e Bissau.
País da África Ocidental, Guiné Bissau faz fronteira com o Senegal ao norte. O território abrange 36.125 quilômetros quadrados de área, com uma população estimada de 1,6 milhão de pessoas. Há carências nas áreas de energia, saúde, educação, transportes, estradas e comunicação.
“É um povo enfraquecido, com governo corrupto e com infraestruturas precárias. O povo costuma pedir coisas e dinheiro. Branco é visto como aquele que tem. Faltam líderes preparados para assumir responsabilidades”, relata padre Camilo.
Neste clima vivem os missionários brasileiros, bispo, padres, religiosas e religiosos, diáconos, consagradas e leigos que atendem várias paróquias nas duas dioceses. O brasileiro natural de São Paulo, dom Pedro Zilli, PIME, é o primeiro bispo de Bafatá, e está na diocese há 15 anos. Ele ajudou a organizar os dias de visita aos brasileiros.
Na quinta-feira (19), foi realizado no seminário maior, um encontro com todos os seminaristas diocesanos e religiosos, formandas e religiosas, contabilizando mais de 100 pessoas. Participaram também, o diretor nacional das POM de Guiné Bissau, padre José Giorgio e um secretário diocesano, além do bispo auxiliar de Bissau, dom José Lampa Crá.
Para padre Camilo o encontro foi significativo pela troca de experiências, com momentos de animação e cooperação missionária.
O trabalho dos missionários inclui evangelização e promoção humana como, educação, saúde, orfanatos, creches, Pastoral da Criança, promoção das mulheres, meios de comunicação, escola técnica e outras formas de defesa da vida.
“A presença dos missionários tem reconhecimento tanto do povo como do governo, pois amenizam sofrimentos e desenvolvem o crescimento humano”, destaca padre Camilo.
Aos poucos a Igreja do país vai formando padres, catequistas e animadores da própria comunidade. Porém, ainda é uma Igreja jovem e com a missão de dar testemunho vivo da fé, num país onde vivenciam formas sincréticas das religiões islâmica e cristã, combinando suas práticas com as crenças tradicionais africanas.
O diretor das POM Brasil fala sobre a dedicação dos missionários: “Somos gratos ao ver a confirmação da fé manifestada no compromisso, na promoção e apoio das vocações missionárias. Além do bispo, várias congregações femininas e masculinas, novas comunidades de vida e leigos jovens, cooperando com o testemunho de vida cristã em favor das missões.”
O Regional Sul 2 da CNBB (Paraná), com suas 18 dioceses abriu recentemente uma missão na diocese de Bafatá. A missão fica em Quebo e conta hoje com o diácono Pedro e sua esposa Salete Lang. Ainda em seu início, os missionários estão criando toda a estrutura necessária para morar e desenvolver as atividades com o povo.
São muitas as crianças e jovens, as igrejas ficam cheias nas celebrações dominicais. As “tabancas”, pequenas comunidades, estão espalhadas por todo o interior. A presença de muçulmanos é forte. Há um bom número de igrejas evangélicas com pastores brasileiros. No povo, é marcante a força da religião e dos ritos tradicionais.
“A Igreja católica, os missionários e tudo o que fazem, constitui uma força que impulsiona e favorece a vida. Os jovens manifestam alegria e esperança de um futuro e uma vida melhor”, finaliza padre Camilo.