A Comissão Brasileira Justiça e Paz e as Comissões Justiça e Paz que assinam, em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o CELAM – Conselho Episcopal Latino Americano e conforme os ensinamentos do Papa Francisco, vêm “levantar a voz”, em defesa da Amazônia.
Os Bispos integrantes do CELAM, ao proclamar “Levantemos a voz pela Amazônia” evidenciam a gravidade dessa tragédia de proporções planetárias. Os governos de quase todos os países com território amazônico, têm estimulado ou tolerado obras naquela região, com consequências catastróficas, pelas quais devem ser responsabilizados. As razões do dinheiro não podem superar as razões da vida.
As Comissões Justiça e Paz se unem ao clamor mundial ante a destruição de um patrimônio humano, ambiental e econômico imensurável, no esforço comum de exigir um basta definitivo às atividades predatórias que produzem danos irreversíveis ao ciclo das águas, ao ciclo do carbono, à regulação do clima, à biodiversidade e à sociodiversidade, cinco dádivas que a Amazônia oferece.
Fiel ao compromisso e com a missão de abraçar a justiça e a paz, também levantamos nossa voz em favor da nossa Amazônia, valorizando tantos bens que o Criador nos confiou, urgindo deles cuidar com responsabilidade, em benefício da humanidade.
A contínua destruição da floresta resultará em um solo raso e pobre, incapaz de sustentar atividades econômicas como a pecuária e a agricultura, por um tempo prolongado.
O Papa Francisco, no número 32 da ‘Laudato Sì’, afirma que “os recursos da terra estão sendo depredados também por causa de formas imediatistas de entender a economia e a atividade comercial e produtiva. A perda de florestas e bosques implica simultaneamente a perda de espécies que poderiam constituir, no futuro, recursos extremamente importantes não só para a alimentação mas também para a cura de doenças e vários serviços. As diferentes espécies contêm genes que podem ser recursos-chave para resolver, no futuro, alguma necessidade humana ou regular algum problema ambiental”.
Importante destacar que o subsolo Amazônico, rico em petróleo, ouro, ferro, nióbio e outros minérios, é alvo da cobiça das mineradoras e outros grupos econômicos, para quem a preservação da floresta é um empecilho.
É necessário que a ação do Estado mantenha a fidelidade à Constituição, garantindo respeito aos povos originários e à soberania nacional.
A sabedoria dos povos ancestrais nos ensina que sempre é melhor seguir pelos caminhos que respeitam a vida.
Brasília, 29 de agosto de 2019
Comissão Brasileira Justiça e Paz
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília/DF
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda-Recife/PE
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo/SP
Comissão Justiça e Paz da Diocese de Barreiras/BA
Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança/PA
Comissão Justiça e Paz da Prelazia do Xingu/PA
Comissão Justiça e Paz de Belém/PA
Comissão Justiça e Paz do Ceará