Vida Religiosa Consagrada e Sinodalidade

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A 26ª Assembleia Geral Eletiva da CRB convidou os religiosos e as religiosas a “ressignificar a Vida Religiosa Consagrada no discipulado de Jesus Cristo, em sinodalidade, missionariedade e contínua conversão, à luz da Palavra”. Tanto o horizonte quanto as prioridades estabeleceram importantes pautas para o triênio. Além de aspectos práticos e organizacionais, é importante que o horizonte e as prioridades sejam dinamizados como elementos norteadores da vida e missão dos consagrados e consagradas.

Entre as diversas formas de aprofundar o horizonte e as prioridades do triênio, a Equipe Interdisciplinar, com a colaboração de outros religiosos/as, está elaborando e vai publicar uma série de reflexões, considerando os eixos das prioridades: discipulado, sinodalidade e missionariedade.

O primeiro conjunto de artigos a ser publicado será sobre Sinodalidade e Vida Religiosa Consagrada. O Papa Francisco afirma que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”. Trata-se de uma afirmação tanto programática quanto desafiadora. Desde os primeiros momentos de seu pontificado, o Papa Francisco manifestou através de palavras, gestos e iniciativas o sonho de uma Igreja sinodal em saída missionária.

O caminho sinodal é uma oportunidade para recuperar e aprofundar a autêntica experiência de fé do Povo de Deus através de uma expressão viva de ser Igreja, marcado pela participação, incluindo as questões estruturais, constituindo-se uma autêntica experiência de fé. Por um lado, percebe-se alegria e entusiasmo com a perspectiva sinodal, por outro, há resistências de grupos que lançam mão das mais variadas estratégias para manter o “status quo”.

O sonho do próximo Sínodo é promover “uma Igreja cada vez mais sinodal também em suas instituições, estruturas e procedimentos, para constituir um espaço em que a comum dignidade batismal e corresponsabilidade na missão não somente sejam afirmadas, mas exercidas e praticadas” (Instrumentum Laboris, 21). Inegavelmente, a aposta no Sínodo é alta. O desejo é tocar a vida da Igreja Povo de Deus em todas as suas dimensões.

Pensar uma Vida Religiosa Consagrada fora do contexto da sinodalidade seria algo estranho ao Evangelho. Historicamente, no seguimento de Jesus Cristo, os religiosos e religiosas configuraram inúmeras experiências de sinodalidade, sendo inovadores em momentos cruciais da vida eclesial. A VRC tem muito a contribuir e receber do processo sinodal. Desde as origens há muitas experiências de sinodalidade na Vida Religiosa: assembleias, capítulos, modelos de gestão partilhada, protagonismo de leigos, delegação de responsabilidades e outras experiências que podem enriquecer as práticas sinodais da Igreja e repercutir positivamente nas ordens, congregações e institutos de VRC. Configurar uma Igreja sinodal, como lugar aberto, onde todos se sintam em casa, e possam efetivamente participar e ser protagonistas é um dos grandes desafios do Sínodo e da Igreja atual.

Com o objetivo de aprofundar o eixo da sinodalidade, vão ser disponibilizados cincoo textos. Cada artigo é relativamente curto para que possa ser lido, pessoal ou comunitariamente, refletido, meditado, rezado e partilhado em comunidade. No final de cada artigo há um conjunto de perguntas para aprofundamento e partilha.

O primeiro artigo convida-nos a fazer memória da rica e significativa experiência do Concílio Vaticano II, desencadeada pelo Papa João XXIII. A Irmã Sueli Belatto, com sensibilidade e maestria, destaca elementos do contexto sociocultural e eclesial que são importantes para compreender o itinerário do Concílio Vaticano II. O Concílio Vaticano II continua sendo o referencial indispensável para retomar e avançar na Sinodalidade.

No segundo texto, os freis Luiz Carlos Susin e Rubens Nunes da Mota, convidam os religiosos (as) a fazer memória da criatividade sinodal da VRC na história da Igreja. Começando com os tempos apostólicos até os nossos dias, eles nos convidam a descobrir, em cada período, como a VRC, com criatividade, soube forjar experiências de sinodalidade, sendo muitas delas inovadores. Considerando esse rico percurso histórico, o convite que nos fazem os autores é de criar e não lamentar.

O terceiro artigo, da Irmã Zuleica Aparecido Silvano, é sobre Sinodalidade e Carismas. A partir de uma acurada análise exegética da tradição paulina e de Lucas a autora desvela práticas sinodais do Novo Testamento. Os dons partilhados (sabedoria, fé, profecia, cura…) constroem comunidade. Além disso, a sinodalidade acentua a solidariedade, pois onde “um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é glorificado, todos os membros regozijam-se com ele” (1Cor 12,26).

A perspectiva de um itinerário mais sinodal é a proposta do quarto artigo escrito pelas Irmãs Teresinha Mendonça Del’Acqua e Silvania Aparecida Coelho. O período que estamos vivendo requer uma VRC nova como resposta aos clamores atuais. A construção de uma Vida Religiosa Sinodal é um caminho profético que oferece grandes possibilidades. Enveredar pelo caminho sinodal na VRC é expressar-se com amor, gratuidade, misericórdia, perdão, inclusão, alegria e humanidade. Assumir esse itinerário eclesial é participar de todo coração da proposta de uma Igreja Sinodal em Saída Missionária proposta pelo Papa Francisco.

O quinto e último texto desta reflexão é da Irmã Teresinha Mendonça Del’Acqua sobre Vida Religiosa Consagrada: sinodalidade e antisinodalidade. Com sensibilidade a Irmã Teresinha vai mostrando como paulatinamente a Igreja, e a própria vida VRC, foram se afastando da vivência sinodal. As consequências da anti-sinolidade foram funestas. O insistente convite é avançar na aprendizagem e vivência do estilo sinodal, tanto na abrangência quanto na profundidade, com a transformação de paradigmas, práticas e estruturas.

O Sínodo para a Amazônia afirma que para caminhar juntos é necessária uma conversão sinodal. Uma conversão que em primeiro lugar é obra do Espírito que convoca todo o Povo de Deus à comunhão, participação e buscar novos caminhos eclesiais, especialmente de ministerialidade e sacramentalidade. Entre os protagonistas, o Sínodo destaca a vida consagrada, os leigos e as mulheres. Esperamos que os textos que estão sendo disponibilizados possam contribuir para que como religiosos e religiosas possamos assumir o protagonismo nos pede o Sínodo para a Amazônia e a nossa última Assembleia Geral Eletiva.

O ebook é aqui disponibilizado em dois formatos: PDF e EPUB. Antes de baixar, confira se seu equipamento contém o aplicativo para ler o formato desejado.

Boa leitura a todos e todas.

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