A Regional de Recife promoveu a IV Assembleia de Formandas(os), reunindo mais de 100 jovens em formação na vida religiosa, entre aspirantes, postulantes, noviços(as) e junioristas. O evento contou com a assessoria da Irmã Neusa Santos, responsável pela comunicação da Conferência dos Religiosos e teve como tema central “A virtude da esperança na era da Inteligência Artificial”. A assembleia propôs uma reflexão sobre os paradoxos do tempo atual: enquanto a inteligência artificial amplia horizontes de conhecimento e eficiência, também pode acentuar sentimentos de vazio, solidão e perda de sentido. Nesse contexto, ressaltou-se o risco de o ser humano, ao investir em sistemas inteligentes, esquecer que a forma mais elevada de inteligência é aquela que sabe amar.
Nesse horizonte, a esperança foi apresentada como força orientadora da caminhada humana. “A esperança é o horizonte que dá coerência ao tempo. Ela é essa sabedoria encarnada: integra razão e afeto, técnica e compaixão”, destacou a reflexão conduzida na assembleia. A frase-chave que guiou o debate, “Entre o código e o coração, a esperança é o elo divino”, sintetiza toda a tensão da modernidade digital. O código representa a razão instrumental; o coração, o sentido humano. A esperança surge como princípio de integração entre ambos, impedindo que o código se torne tirano ou que o coração se torne ingênuo. O elo divino é a presença do Espírito, que reconcilia técnica e ética, cálculo e amor.
Durante as atividades, ressaltou-se ainda que a esperança é capaz de reumanizar o progresso, resgatando o sentido ético da técnica e recolocando o coração no centro da criação.
A Irmã Neusa refletiu também sobre a cultura algorítmica, que frequentemente reduz o ser humano a dados, padrões e perfis de consumo. Em contraste, a virtude da esperança proclama a dignidade única de cada pessoa e o mistério irrepetível de cada vida. “Enquanto a máquina opera pela lógica da repetição, a esperança age pela lógica do encontro”, afirmou.
A assembleia concluiu seus trabalhos com um convite ao cultivo da esperança como caminho espiritual e social para enfrentar os desafios da era digital com humanidade, ética e fé.
