Frade Franciscano é decapitado na Síria

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Frei François Murad decapitado em junho de 2013

Um frade franciscano foi decapitado por rebeldes sírios em um mosteiro no norte do país, confirmou o Vaticano nesta terça-feira (2/7). O padre François Murad, de 49 anos, foi morto em 23 de junho durante um ataque de militantes das guerrilhas rebeldes ao convento onde ele havia se refugiado. O religioso foi decapitado diante de dezenas de pessoas que gritavam “Alá é grande”.

Segundo a Custódia Franciscana da Terra Santa, o Padre François era bem conhecido na região, para onde havia se retirado há alguns anos como ermitão, após ter realizado o noviciado franciscano para a Custódia em Roma, pois era originário da Síria. “Seus vínculos com a Custódia continuaram fortes e deslocava-se com frequências entre os diferentes mosteiros para ajudar e substituir os monges. Até o ponto em que tornou-se um dos nossos”, afirmou Frei Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa.

“Desde o começo da guerra na Síria, ele havia deixado sua ermida para cuidar de um frade enfermo e prestar serviços numa comunidade religiosa próxima, encontrando-se assim mais seguro. As circunstâncias trágicas de sua morte são sentidas especialmente na Custódia”, diz o comunicado.
A nota indica ainda para os grandes riscos que correm os sacerdotes que vivem na Síria, acrescentando que “os frades acolhem os refugiados em alguns conventos, que se converteram em verdadeiros dormitórios, além de distribuírem alimentos a todos que batem à porta”.

A Custódia sublinha que o sequestro de dois bispos dos quais não se tem noticias há dois meses e o bombardeio de um convento em território sírio em dezembro são o reflexo da difícil situação vivida no país. “A morte do Padre François foi um duro golpe para todos os frades. Apesar de tudo, eles continuam sendo uma grande ajuda espiritual para a população a quem servem”, diz o texto. Por fim, o comunicado lança um apelo à comunidade internacional para que se encontrem canais de diálogo com as forças militares presentes na Síria e se estabeleça uma trégua, para se trabalhar na conciliação das partes envolvidas no conflito”.

“Não à manipulação das religiões”

As comunidades religiosas “rejeitam a manipulação da religião” verificada com frequência nos países que atravessam situações de crise. É o que afirma uma nota do Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), evocando em especial, os recentes acontecimentos na Síria.

O Secretário Geral do WCC, Olav Fykse Tveit, expressou sua preocupação pelos atos de violência e de destruição dos locais de culto. A nota refere-se, particularmente, à morte do sacerdote franciscano François Mourad, de 49 anos, assassinado brutalmente por um grupo de homens armados que invadiram o convento Santo Antônio de Pádua, em Ghassanieh. “Que possa a memória do Padre François permanecer eternamente na mente de Nosso Senhor e no coração daqueles que o amavam e o conheciam”. A população cristã de Ghassanieh – observa o Secretario Geral do WCC -, “desejava estar em paz nesta parte da Síria, onde viveu por séculos ao lado da comunidade muçulmana local”.

O Conselho Mundial de Igrejas pede que seja restabelecido um ambiente de reconciliação: “Encorajamos fortemente e convidamos os líderes muçulmanos a condenar todos aqueles que buscam abusar do Islã para justificar as agressões aos seus vizinhos”.

Em fevereiro passado, por ocasião de uma reunião do Comitê Executivo do WCC, foi publicada uma mensagem defendendo “a necessidade de se viver juntos no respeito recíproco”. O referido organismo sempre reiterou seu compromisso contra a violência, de forma a orientar a obra ecumênica numa direção que “mostre o quanto os cristãos estão unidos ao reafirmar a dimensão evangélica da paz e da justiça no mundo”.

O WCC convida também os governos de qualquer país a proteger seus cidadãos e a tutelar os direitos humanos fundamentais. Apelos que se inserem no período preparatório da Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas a ser realizado de 30 de outubro a 10 de novembro em Busan, na Coréia do Sul e que terá por lema a construção da paz: “Deus da vida, guia-nos em direção à justiça e à paz”.

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