A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional) recebeu, na sede em Brasília, a coordenadora nacional da Pastoral Carcerária do Brasil, Irmã Petra Silvia Pfaller, religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias de Cristo. Alemã e residente no Brasil desde 1991, Irmã Petra tem dedicado sua vida à missão de acompanhar as pessoas privadas de liberdade, compromisso que expressa de maneira profunda a espiritualidade e a identidade de sua congregação, marcada pelo serviço aos mais vulneráveis
O encontro foi marcado pela partilha fraterna e pelo diálogo sobre a realidade do sistema prisional brasileiro, iluminado pelo ensinamento da Igreja: “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das pessoas de hoje, sobretudo das pobres e de todas aquelas que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das discípulas e discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes). A visita reforçou o compromisso conjunto da CRB Nacional e da Pastoral Carcerária com a defesa da dignidade humana e a promoção dos direitos das pessoas encarceradas.
Inspirada pelo Evangelho — “Estive preso e vieste me visitar” (Mt 25,36) — a Pastoral Carcerária, pastoral social vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), atua em todo o país por meio de agentes que acompanham de perto a dura realidade das prisões. A presença cotidiana da Pastoral nos presídios revela a urgência de uma ação profética diante de um sistema marcado por violações, superlotação e políticas de encarceramento que atingem, de forma desproporcional, jovens, negros e moradores das periferias.
Segundo dados recentes, o Brasil figura entre os países que possuem a terceira maior população prisional total do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China — realidade que evidencia a manutenção de uma lógica punitiva que recai majoritariamente sobre grupos historicamente marginalizados. Nesse contexto, a visita da Irmã Petra à CRB Nacional reafirma o papel essencial da vida religiosa consagrada na defesa da vida ameaçada, na escuta do sofrimento humano e na construção de caminhos que promovam justiça, misericórdia e libertação.








