Mais de 5 mil mulheres indígenas marcharam nesta quarta-feira, 7 de agosto, pelas ruas de Brasília durante a IV Marcha das Mulheres Indígenas. Com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”, o ato teve início no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte) e seguiu até a Praça dos Três Poderes, onde foi entregue ao Congresso Nacional a Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida.
A Conferência dos Religiosos do Brasil, que tem entre suas prioridades o compromisso com os povos originários, reconhece a importância da luta das mulheres indígenas como expressão concreta da justiça, da dignidade e da defesa do planeta. Para a CRB Nacional, a Marcha é também um clamor espiritual e ético, em consonância com os princípios do Bem Viver e da ecologia integral.
A IV Marcha aconteceu ao mesmo tempo que a 1ª Conferência Nacional de Mulheres Indígenas, realizada entre os dias 4 e 6 de agosto em Brasília, com o tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela Cura da Terra”. A conferência reuniu participantes de várias regiões para promover escuta, propor políticas públicas e ampliar a presença das mulheres indígenas nos espaços de decisão.
Entre os objetivos da conferência estão: avaliar ações do Estado voltadas às mulheres indígenas, propor diretrizes para uma Política Nacional das Mulheres Indígenas e construir um Plano Nacional de Políticas a partir de diferentes ministérios e instituições, com foco no enfrentamento das violências.
Desde 2019, quando foi realizada a primeira edição, a Marcha reúne mulheres de diversos biomas do Brasil. Nesta quarta edição, o lema “Nosso corpo, nosso território” aponta a relação entre a integridade física das mulheres e a preservação dos territórios, frente a ameaças como exploração econômica, violências e discriminação.
A CRB Nacional reafirma seu apoio às ações em favor dos povos indígenas e participa dos esforços que buscam garantir direitos, justiça e cuidado com a vida em todas as suas dimensões.
