Cerca de 200 Religiosas e Religiosos se reúnem em Brasília para refletir sobre as alianças feitas em vista da missão, desafios e perspectivas.
Teve início na manhã desta quinta, 01, no Centro Cultural de Brasília (CCB), o II Seminário Nacional sobre intercongregacionalidade na Vida Consagrada. Cerca de 200 Religiosas e Religiosos aprofundam sobre o sentido e a importância de se fazer alianças entre as diversas congregações para unir forças em vista da construção do Reino de Deus por meio do serviço missionário aos mais necessitados e daqueles que, no contexto sócio-político atual perderam a sua dignidade de pessoa humana.
A socióloga, religiosa e coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, Irmã Eurides de Oliveira, icm, fez uma análise da conjuntura atual, sinalizando os lugares que ocupam e que devem ocupar a Igreja e de maneira específica, a Vida Religiosa Consagrada na sociedade atual.
Motivada pelo pensamento do Documento de Aparecida, “a missão do discípulo/a missionário/a se realiza no coração do mundo” (DA148), a assessora afirmou que a Vida Religiosa exerce a sua missão profético-carismática dentro das condições objetivas da realidade onde se insere e na medida que acompanha o processo histórico. “Somos convidados a penetrar nas dobras da história para auscultar e sentir as causas desta situação que desnuda, rouba de nossos irmãos a dignidade humana”, disse.
Para Irmã Eurides esta é uma tarefa que requer definição, opção Evangélica, Política e Eclesial por um lugar social: o chão dos pobres. “Olhar, ler e compreender o que está acontecendo neste mundo de rápidas transformações é uma graça e um desafio”, relatou.
Ainda de acordo com Eurides, para se fazer uma análise de conjuntura, ou analisar o momento atual em que se vive, é imprescindível ter presente a moldura estrutural geradora dos acontecimentos que configuram o cenário atual da sociedade.
Afirmou também, que a estrutura da sociedade atual é o capitalismo neoliberal, caracterizado pelo Capital concentrado nas mãos de uma minoria privilegiada que detêm os bens e os modos de produção (a terra, a água, as indústrias, a moeda, o conhecimento…). Conseqüência desse sistema na vida do homem e da mulher modernos é a roda viva dos “ismos” como, o individualismo, subjetivismo, hedonismo, seguidos da depressão, desequilíbrio ecológico, aquecimento global e exclusão. Para a assessora, “os novos tempos estão exigindo novas sensibilidades, novas inserções e novas expressões de solidariedade e a Vida Religiosa Consagrada é chamada a reavivar a profecia”.
A partir do ponto de vista de Irmã Eurides, a eleição do Papa Francisco favorece á Igreja um tempo de organizar a esperança, de voltar ao essencial, de sair, ir ao encontro dos pobres e às periferias.
O presidente nacional da Conferência dos Religiosos, Irmão Paulo Petry,fsc, – que se encontra em Roma participando do Capítulo Geral da Congregação – enviou mensagem aos participantes do II Seminário sobre intercongregacionalidade.
“Parabéns a vocês participantes deste seminário e obrigado às congregações às quais pertencem, por entender esta dimensão da VR, dimensão de abertura, dimensão colaborativa e cooperadora, dimensão de “alteridade congregacional”. Bom encontro para todos e todas, e que o Deus Comunidade seja a presença constante nestes dias”.
Na mensagem, Irmão Paulo disse que a intercongregacionalidade não vem para substituir ou destituir a “congregacionalidade”, mas ela acontece para revelar-nos quão rica é a ação de Deus, quão maravilhoso é o Espírito a soprar seus dons ao inspirar os fundadores/as. “Agora cabe a nós buscar na diversidade a unidade, na riqueza dos diferentes carismas a força para animar a missão continental, proclamar a Boa Nova e testemunhar os valores do Reino”, pronunciou.
Veja mensagem na íntegra, em anexo.
O II Seminário Intercongregacional continua até o próximo dia 04.