Caminhos construídos pelos jovens seguidores de Jesus no Brasil

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

Jovens religiosos das cinco regiões do Brasil partilharam suas experiências de grupos de Novas Gerações 

Por Osnilda Lima | Tecer relações e construir caminhos: esse é o grito de esperança e compromisso dos jovens religiosos da vida consagrada, de todo o Brasil, reunidos em Aparecida (SP), no Congresso “Novas Gerações da Vida Religiosa Consagrada” promovido pela CRB Nacional – Conferências dos Religiosos do Brasil. O evento acontece desde o último dia 09 e encerra na manhã do próximo dia 12. O texto bíblico do lema do Congresso: “Ardia o nosso coração quando Ele nos falava no caminho”, embala a juventude em uma só voz. O texto é do evangelista Lucas (Lc 24,32), em que Jesus se coloca a caminho com dois peregrinos logo após sua morte.

Na leitura do livro do Genesis (Gn 1, 1-19), que a liturgia propõem nesta terça-feira (11), e que foi proclamada na Celebração Eucarística no início das atividades desse dia é o texto da criação. Vale ressaltar que esse texto da Primeira Leitura para no quarto dia da criação. Em seguida vem o Evangelho (Mc 6, 53-56), em que Jesus acaba de atravessar com seus discípulos o mar da Galileia, assim que descem do barco, as pessoas logo os reconhecem e acorrem ao encontro deles. A criação não está acabada Jesus e seus discípulos entram em ação.

Tecendo um paralelo entre a Primeira Leitura, o Evangelho e a Vida Religiosa Consagrada (VCR), ao contemplar o mundo hoje, percebe-se, ele está inacabado, Deus quer precisar da Vida Religiosa Consagrada para ajudá-lo na conclusão, já que os mesmos se comprometem com a causa de Jesus Cristo ao consagrar a vida para Deus pela causa do Reino de Jesus Cristo.
Os 800 jovens religiosos que participam do Congresso, representam a juventude dos 32 mil religiosos e religiosas que habitam o Brasil. Durante a Celebração Eucarística eles trouxeram símbolos representando as cinco regiões do Brasil e os anseios do povo.

Na homilia, padre Jorge Sampaio, Congregação Redentorista e membro da Diretoria da CRB Regional de São Paulo chamaram à atenção da juventude da VRC, que a mesma tem a missão de estar no meio do povo, assim como Jesus e seus discípulos se mostram no Evangelho da liturgia desse dia, e ajudá-los em seus sofrimentos, como também celebrar suas alegrias.
E assim eles fizeram. Em seguida a Celebração Eucarística os jovens religiosos apresentaram, por regiões do Brasil, suas caminhadas, sonhos, alegrias e desafios.

Região Sudeste

A região Sudeste apresentou a realização do pré-congresso em que teve como objetivo reunir e oportunizar uma reflexão referente a realidade dos jovens religiosos. “Trazemos o grande sonho de nos regionais ter a juventude religiosa articulada”, revelou irmã Maria Abreu Ferreira, da congregação Santos Anjos, que ainda destacou sonhos e esperanças de dias de maior partilha e interação entre os jovens religiosos das diversas congregações e articulação de grupos Novas Gerações onde ainda não há. Irmã Maria, salientou também que há o desejo de que as congregações acreditem e se envolvam mais com as iniciativas da CRB e suas atividades.

 

Região Centro-Oeste

Irmã Ivone Gonçalves, da congregação das Irmãs Sacramentinas e o frei Henrique Arguilar Filho, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, apresentaram a realidade da juventude do Centro-Oeste, seus sonhos, alegrias e desafios. “Não somos somente o futuro. Somos o presente, somos protagonistas de nossa história, provocamos mudanças nos espaços onde estamos. Desestabilizamos. Somos presença profética. Somos ousados. Somos movimento do Espírito na Instituição, na Igreja e no mundo”, afirmaram os jovens religiosos.

Os sonhos

Os sonhos embalados com o desejo de acordar para a realidade, trazidos por frei Henrique e irmã Ivone foram:
? Um projeto comum entre os religiosos que impulsione para a missão junto aos mais necessitados, num espírito de abertura e construção coletiva.
? O anseio de assumir compromisso numa VRC mais dialogada de forma que chame a atenção de outros a vivenciarem conosco essa mesma realidade.
? Uma VRC com enfoque nas questões sociais e que seja presença profética onde a vida está ameaçada.
? Ser livre para buscar o que nos realiza sem tantas imposições e regras. Conservar o espírito jovem, ousado, criativo, comprometido.
? Vivenciar com mais leveza e compreensão as relações comunitárias.
? Fortalecer os grupos de partilha/vivência das Novas Gerações como espaço propício para cultivar e potencializar nosso Ser Consagrado.
? Promover a visibilidade das reflexões dos grupos de Novas Gerações dentro das nossas Instituições.
Alegrias
Há momentos e realidades de alegria no convívio dos jovens religiosas na partilha entre as congregações.
? Encontros de formação intercongregacional para Novas Gerações; Momentos de espiritualidade, partilha, convivência com o povo sofredor.
? Perceber que estarmos juntos e tecer a colcha, (colcha essa que foi tecida pelo regionais de CRB e costurada num grande mutirão na abertura do Congresso), é falar de comunhão e identidade. Neste sentido nossas Congregações se tornam pequenas: somos uma família , a Vida Religiosa Consagrada.
? Sentir-se parte na construção do Reino, sem perder o ânimo diante dos conflitos geracionais.
? A importância de conviver enquanto grupo de Novas Gerações da Vida Consagrada nos anima, nos constitui enquanto identidade.
? A proposta da vida comunitária em seu processo de construção de amor, cuidado, sensibilidade e carinho. O que primeiro nos atraiu na VR foi e é a proposta e não a Instituição.
Os jovens religiosos concluíram que ao pensar na construção de uma colcha de retalhos o fio une a colcha não aparece, mas sabe-se que ele existe. Jesus é esse fio que nos une em as diferenças entre os religiosos, ressaltaram.

Desafios

Para continuar uma caminhada de sonhos e alegrias é preciso tomar consciência que há desafios que impendem essa dinâmica e se faz necessário trabalhá-los. Segundo os jovens religiosos há diversos desafios:
? As relações e a compreensão da pessoa em sua singularidade como exercício de uma escuta madura. A leveza nas Instituições começa a partir de cada indivíduo, em uma dinâmica circular: que cada um respeite o ritmo e tempo do outro.
? O ativismo dentro da VR. O peso institucional e acúmulo de serviços em uma única pessoa, sem considerar o “SER”.
? Conciliar o modelo da VRC com as exigências atuais. Por exemplo: As relações com a tecnologia.
? Envolver as Novas Gerações das diversas Congregações e Províncias da CRB nos encontros e reflexões necessários para o II Congresso e principalmente o Pós-Congresso.
? O risco de cair no comodismo e desânimo diante das dificuldades (permanecer nas Instituições pelas compensações e não pelo Reino). O exercício do poder (como serviço e não como mando).
? Como ser presença nas diferentes realidades: “das juventudes”, de violência com os Povos Indígenas, tráfico de pessoas, extermínio de jovens… ?
? Resgate do profetismo frente à realidade de fechamento da Igreja, que nem sempre revela a bondade e misericórdia de Deus.

Propostas

Os jovens religiosos da região Centro-Oeste, também trouxeram suas propostas:
? Criação de “alianças” que ajudem e que apoiem os jovens dentro das Instituições.
? Unir forças para assegurar a continuidade de uma VR que atenda às necessidades do tempo atual.
? Produzir materiais científicos para a VRC a partir das reflexões das Novas Gerações e dos Carismas Congregacionais.
Eles deixaram um questionamento para refletir:
1. Como nós, Novas Gerações, iremos acolher as novas vocações, mantendo a essência e rompendo paradigmas?

Região Norte

Irmã Becky Fernandez Mamio, da Congregação da Divina Providência, relatou as experiências vividas pelos jovens religiosos da região Norte. Segundo Becky, para o grupo nortista sonhos, alegrias e desafios se misturam. O maior sonho é fortalecer, articular e unir forças com os vários grupos de Novas Gerações que há na região. Buscam partilhar e expressar a alegria que vem de Deus, e tornarem-se cada vez mais presença alegre no meio do povo. Para eles o maior desafio é abrir-se para novos horizontes de atuação da VCR. A irmã também ressaltou que os subsídios oferecidos pela CRB Nacional ajudaram a acalantar os sonhos, a enfrentar os desafios e favoreceram a convivência a partilha entre o jovens religiosos. Destacou também que nas partilhas surgiu a inquietação e o compromisso de: “Não se preocupar com as estruturas da VRC, mas sim em quê o povo vai lembrar da VRC, como tratou seu irmão, como olhou para ele. Serão nossas pequenas atitudes que ficam marcadas na pessoas”, concluiu a jovem religiosa.

Região Nordeste

As representantes da vida religiosa jovem da região Nordeste, foram as irmãs Ana Paula Guimarães, da Congregação das Irmãs Cordimarianas e Gilcilene Ferreira Silva, da Congregação Escravas da Imaculada Menina. As irmãs destacaram que não está articulado em todos os estado nordestino o grupo de Novas Gerações. No entanto, mesmo a participação sendo de pouco membros há vivencias que favorecem o crescimento e partilha dos que participantes como a dimensão da espiritualidade, a vivência da missão, a vida acadêmica, as juventudes, as confraternizações. “Isso nos incentiva, nos impele a desfrutar da presença uns dos outros, nos alegrarmos, e nos animarmos em nossa vocação”, ressaltou irmã Gilcilene.

Região Sul


A região sul foi representada pelo irmão Ismael Giachini, da Congregação dos Oblados de São José. Ismael partilhou o pré congresso realizado em Curitiba (PR) em 2012. A proposta e desafio que a região Sul traz é o continuar a fortalecer e animar os grupos de Novas Gerações. Para eles os grupos de Novas Gerações tornaram-se grupos de vivência em que fizeram um caminho de acompanhar e se deixar acompanhar. As partilhas os fortaleceram na caminhada. E ao fim de sua colocação o irmão convidou toda a assembleia a danças uma ciranda.

Publicações recentes