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SANTA IRMÃ DULCE, NA FORÇA DA FÉ

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Irmã Vera Ivanise Bombonatto

Uma imagem estampada em um pôster chama a atenção das pessoas, de todas as idades, raças e posição social. Suas vestes, que muitos consideram ultrapassadas, misturam três cores: branco, preto e azul, dando forma a um corpo pequeno e frágil. Seu olhar sereno e simples atrai as atenções e, ao mesmo tempo, questiona e inquieta. Seu nome é muito simples e com poucas letras: Dulce, Santa Irmã Dulce. E todos gostam de chamá-la, Anjo Bom do Brasil. 

Na sua aparente fragilidade, esconde-se uma fortaleza de amor e fé que a transformou numa referência de bondade e de preocupação pelos pobres, doentes e excluídos. Com alegria imensa, podemos agora invocá-la oficialmente dizendo com todas as letras: Santa Irmã Dulce. 

Mas, qual o segredo de sua santidade?

Irmã Dulce nasceu em Salvador, na Bahia, no dia 26 de maio de 1914 e recebeu dos pais o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Era uma menina alegre que gostava de acompanhar o pai nos jogos de futebol, jogava bola com seus irmãos e subia em árvore.

Teve cedo, aos 13 anos o contato com os doentes de sua cidade, acompanhando sua tia na visita a estas pessoas. Depois de formar-se professores, em fevereiro de 1933, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no convento do Carmo, na cidade de são Cristovão (antiga capital de Sergipe). Um ano depois, fez a profissão religiosa emitindo os votos temporários de pobreza, castidade e obediência e recebeu o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua falecida mãe.

Este foi o início de uma trajetória caracterizada pelo amor incondicional aos doentes e aos pobres, aos excluídos. O início de uma vida simples e marcada pelo anonimato. Hoje, as obras sociais de irmã Dulce são um milagre a cada dia. Só quem está perto de Deus é capaz de reconhecê-lo presente na pessoa dos pobres, é capaz de dedicar-se a eles de corpo e alma.

O Brasil se alegra com o reconhecimento de sua santidade, ocorrida no dia 13 de outubro, na Praça São Pedro, no Vaticano. Dom Murilo Krieger afirmou em sua homilia do dia 19 de outubro, na celebração eucaristia na Arena Fonte Nova: Como foi bom ouvir a declaração do Papa Francisco: “Para a glória da Santíssima Trindade, para a exaltação da fé católica e o incremento da fé cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nossa (…) declaramos e definimos” Santa a Bem-aventurada Dulce Lopes Pontes, e a inscrevemos “no catálogo dos Santos, estabelecendo que em toda a Igreja” ela seja devotamente honrada entre os Santos.  

A vida e irmã Dulce foi alicerçada em sua grande fé. Mas, afinal o que é a fé? Pergunta aparentemente simples, mas que traz em si uma provocação. Fé é uma palavra tão pequena, composta de duas letras apenas, mas que traz dentro de si a força de um gigante, a força capaz de remover montanhas (Mt 17,20) diante da qual é impossível permanecer indiferente.

A fé foi a rocha na qual Irmã Dulce alicerçou sua vida. Fé e amor são inseparável. A fé operante na caridade e forte na esperança, fortaleceu sua vida de doação aos pobres e excluídos da sociedade. 

Irmã Dulce ensinava com seu testemunho de vida. Ela dizia:  “Toda a nossa força está na oração. Sem ela, não podemos fazer nada. É por intermédio da oração que obtemos de Deus as graças necessárias para executar bem a nossa missão, entre os pobres. Somos criaturas humanas, frágeis e sujeitas às tentações. Através da oração, Deus nos transmite todas as graças que necessitamos para levar a cabo o nosso trabalho de amor e dedicação, sem reservas, aos nossos irmãos sofredores, os pobres. 

A oração é o alimento de nossa alma, não podemos viver sem rezar: ela pode ser feita em qualquer lugar, a qualquer momento. Podemos rezar até mesmo quando dormimos, oferecendo a Deus nossa respiração como pedido de perdão pelos pecados, nossos e do mundo inteiro, a cada palpitação do coração, como um gesto de amor oferecido a Deus que tanto nos amou e ama. Assim, mesmo dormindo, rezamos”.

Com fé invocamos sua proteção: Santa Irmã Dulce, você abraçou a cruz da humildade e da caridade, dá-nos a graça de amar nossos irmãos e irmãs, particularmente os mais necessitados. Protege-nos de todos os perigos e aumenta em nós a fé ativa e o amor capaz de sacrifício.

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