Nota da Comissão Justiça e Paz e Integridade da Criação

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  “Ele faz justiça ao órfão e a viúva, e ama o imigrante, dando-lhe pão e roupa. Portanto, amem o imigrante, porque vocês foram imigrantes no Egito” Dt. 10,18-19

 

Nós, integrantes da Comissão de Justiça, paz e integridade da criação da CRB Nacional (Conferência dos Religiosos do Brasil) estivemos reunidos(as) de 04 à 08 de setembro de 2019 em Boa Vista-RR. Nosso principal objetivo foi conhecer a realidade migratória da fronteira Brasil – Venezuela. Tivemos a oportunidade de visitar o centro de triagem para o imigrante, uma estrutura montada pelo exército para documentação, vacinação e abrigo provisório das pessoas que atravessam a fronteira. O trabalho é realizado por voluntários e diversas Instituições de ajuda humanitária como a OIM, AKUN, UNICEF, CARITAS, AMOR SEM FRONTEIRAS, etc. Em média são atendidas 800 pessoas por dia. As Irmãs de São José de Chambery estão em Pacaraima dando assistência aos imigrantes de acordo com suas possibilidades. A igreja local também procura ajudar com um projeto coordenado pelo Pe. Jesus onde é servido café da manhã para mais de 1.500 migrantes.

Em Boa Vista as Irmãs da Caridade de Madre Teresa de Calcutá servem uma sopa para mais de 1.000 pessoas todos os dias. A vida religiosa, assim como a Igreja local que tem como pastor o D. Mário Antônio, está sensibilizada com a realidade do imigrante e trabalha incansavelmente para garantir comida a todos que passam a noite na rodoviária ou nas ruas da cidade de Boa Vista. A situação preocupa porque o fluxo migratório continua intenso e o estado está totalmente ausente, não há políticas públicas para acolher os migrantes de forma digna. Graças às ajudas humanitárias de diversas organizações, igrejas e movimentos, os migrantes estão recebendo o mínimo para sobreviver.

O problema é macro, não é causado pelo imigrante, mas por um sistema cruel, perverso, injusto e extremamente desumano que obriga as pessoas sair da sua terra natal para não morrer de fome.

A vida religiosa se faz presente nessa realidade com um grupo pequeno de Congregações. Lembremo-nos que Jesus foi refugiado com sua família no Egito. Precisamos, como vida religiosa, ajudar nossas irmãs e irmãos no acolhimento ao imigrante. O maior desafio é a interiorização, encaminhar as famílias para outros estados onde possam ser acolhidos e encontrem um emprego para sustentar sua família com dignidade. Para isso acontecer precisamos unir forças, mobilizar as paróquias e dar nossa contribuição como vida religiosa.

Ir. Maria Luiza da Silva/ JPIC -CRB Nacional

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