Por Roseli Lara|05.08.2015|O encontro foi presidido pelo cardeal Cláudio Hummes e elegeu ações para o quadriênio 2016/2019. Segundo dom Roque Paloschi, sensibilizar a população para a ‘teologia da criação’ a partir da Laudati Si está entre os projetos.
Reunida no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília nos dias 4 e 5 de agosto, a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), elaborou os projetos prioritários para os próximos quatros anos, além de definir a formação do Comitê Nacional da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). A composição do Comitê será anunciada a partir de 16 de agosto, após reunião em Manaus (AM).
O encontro foi coordenado pelo presidente da Comissão, cardeal Cláudio Hummes, com a participação dos demais bispos: dom Roque Paloschi, dom Moacyr Grechi, dom Erwin Krautler e dom Sérgio Castriani. A assessora da Comissão, irmã Irene Lopes, explicou que o encontro teve por objetivo “elaborar os projetos da Comissão para o quadriênio 2016/ 2019”.
Projetos
De acordo com dom Roque Paloschi, bispo da diocese de Roraima entre as ações prioritárias, a Comissão dará continuidade ao trabalho que torna visível a região amazônica, “ainda desconhecida dos brasileiros”, evidenciando seu potencial, mas também denunciando as ameaças aos povos originários e ao ecossistema.
“É uma igreja que também vive no meio de muitos conflitos, como as ameaças aos povos indígenas, ao meio ambiente e a destruição promovida pelos grandes empreendimentos do governo. São situações que assustam, mas não podemos ficar de braços cruzados, deitados em berço esplêndido”.
Outro projeto prioritário no quadriênio, segundo dom Roque é a formação do clero e das lideranças locais, “sobretudo as lideranças leigas”. O bispo de Roraima observa que a população amazônica ‘‘cresceu assustadoramente e os desafios são muitos. Uma Igreja que precisa formar seu clero local, uma Igreja que não vive para si, mas é chamada a testemunhar e a anunciar o reino’’.
A partir da Encíclica Laudato Si do papa Francisco, a Comissão da Amazônia também reforçará ações que ajudem a criar consciência sobre a teologia da criação e uma espiritualidade voltada “ao cuidado da casa comum’’.
Dom Roque Paloschi lembra que a Comissão Episcopal da Amazônia “tem uma missão muito especial, que é sobretudo de articular dioceses e prelazias desta grande região’’. Outra tarefa é a de fazer com que a Igreja do Brasil participe desta missão.
“É aquela expressão bonita do beato Paulo VI: Cristo aponta para a Amazônia. É uma realidade muito presente para nós hoje, graças ao trabalho feito pela Comissão, desde 2003, e à Campanha da Fraternidade de 2007. A realidade amazônica começou a ser um pouco mais conhecida no Brasil e também a vida e a missão da Igreja na Amazônia”.
O bispo acentua que a Igreja da Amazônia conta hoje com a solidariedade de muitas dioceses, sobretudo das famílias religiosas, que enviam missionários e missionárias para a região.