Por Rosinha Martins | 06.02.2016 | Cerca de 400 jovens consagrados e consagradas vindos de todas as regiões do Brasil, iniciaram na manhã deste sábado, 06, o 3º encontro das Novas Geraçõesda Vida Consagrada.
O evento é organizado pela CRB Nacional – Conferência dos Religiosos do Brasil. O objetivo incentivar a construção da “civilização do amor”, saindo ao encontro do outro, testemunhando a alegria e dinamizando as Novas Gerações da Vida Religiosa Consagrada, permanecendo com o Ressuscitado.
Presente no Congresso, o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB e bispo referencial para a Vida Religiosa do Brasil, dom Jaime Spengler, Ofm.
Dom Jaime convidou os congressistas a sonharem sempre com a realização do Reino de Deus, e parafraseou dom Helder Câmara: “Quando todos nós formos capazes de sonhar o mesmo sonho, este poderá se tornar realidade entre nós”.
Dom Jaime ressaltou algumas expressões presentes no objetivo do Congresso e que indicam posturas fundamentais no caminho do seguimento de Jesus, como consagrados: permanecer, encontrar, dinamizar, alegrar e sair. É o encontro com o Ressuscitado que anima e dinamiza a vida dos consagrados e os impele para a missão. “O consagrado é esta pessoa que faz a experiência do encontro com o Ressuscitado e por isso se sente impelido a sair alegremente, a partilhar, a compartilhar com os irmãos a experiência do encontro, trabalhando intensamente para permanecer com Ele”, disse.
Para dom Jaime, o que levou os fundadores das Congregações a permanecer no caminho foi a experiência do encontro com um Deus próximo. “Elas e eles não tiveram medo de se lançar e confiar na Providência”. Destacou também, a vida de oração, a determinação e o trabalho que marcaram a vida destes. “Aqui devemos prestar atenção: quanta determinação, quanta oração e quanto trabalho!”.
A presidente nacional da CRB, Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, mad, fez referência aos temas dos dois precedentes congressos das Novas Gerações e convocou a todos a se colocarem “com grande empenho na caminhada da vida, da concretude, da experiência e do testemunho”.
Segundo Irmã Maria Inês, encerrar o Ano da Vida Consagrada e começar o Ano da Misericórdia não é fruto do acaso, mas da Providência, uma vez que a missão da vida religiosa está sempre relacionada com a compaixão. “Que todo o Congresso seja uma ‘porta santa’ por meio da qual cada participante abrasará seu coração e prosseguirá seu caminho com coragem e esperança”, relatou.
De acordo com Irmã Maria Inês, o Espírito tem um convite concreto para a Vida Consagrada. “Não só a convida a sair e despertar o mundo com ternura e compaixão, mas também, para viver e completar a nossa profecia com a misericórdia”.
Ainda, de acordo com a presidente, prestar um serviço às novas gerações da vida consagrada não significa separação e mencionou as palavras do Papa Francisco. ” Dirijo-me a vós, jovens. Sois o presente, porque viveis já ativamente dentro dos vossos Institutos, prestando uma contribuição com o frescor e a generosidade da vossa opção. Aos mesmo tempo sois o futuro, porque em breve sereis chamados a tomar em vossas mãos a liderança da animação, da formação, do serviço e da missão”.
Irmã Maria Inês encerrou sua fala pedindo aos jovens que “sejam fortes e perseverantes, sinais de comunhão e esperança em seus Institutos e Congregações.”.
O coordenador das Novas Gerações da Vida Consagrada da região sul, o missionário dehoniano, padre Nilson Helmann, discorreu sobre o lema do congresso “Vem para fora”, inspirado no texto bíblico que narra ressurreição de Lázaro. ” Este ato da ressurreição de Lázaro, como os demais sinais, são como que um pano de fundo para que São João apresente o projeto do Pai realizado em Jesus”, afirmou.
Padre Nilson enfatizou que, com este episódio, a comunidade é convidada a entender e enfrentar a morte não como interrupção da vida. É chamada a compreender a ressurreição não como restauração da vida física, como a palavra possa sinalizar (pelo prefixo re), ou como os fariseus a entendiam (no último dia), mas como continuidade. “O medo da morte como desaparição definitiva torna-nos impotentes para resistir a opressão e o poder dos opressores”.
Helmann evidenciou que os religiosos e religiosas são homens e mulheres que não tem medo de morrer porque possuem a vida, acreditam Nele e se fizeram promotores da vida e do Evangelho. “Na Vida Consagrada não somos infecundos porque escolhemos a castidade: transmitimos ao mundo a vida de Jesus, a vida doada. Não somos miseráveis porque escolhemos a pobreza. Somos dispensadores da grande riqueza de Deus”, adicionou.
Ainda, conforme o assessor, é preciso ajudar os mortos a se encontrarem com Jesus, o que requer atitudes proféticas: “precisamos saber onde nossos irmãos estão enterrados. A pergunta de Jesus é: ‘onde o puseram? Onde estão os nossos irmãos que necessitam de vida? Onde estão aqueles que o mundo renegou ou abandonou?”, questionou.
Se faz necessário, ainda abrir caminhos para que a vida se faça. “O túmulo é lugar de ausência. O sepulcro não era o lugar de Lázaro. Não é o lugar para os filhos de Deus. Tirar a pedra é fazer com que a fronteira entre os mortos e os vivos desapareça. É abrir caminho para que irmãos e irmãs presos em suas sepulturas encontrem-se com a vida”.
O assessor ao concluir, frisou que muitas vezes as realidades cheiram mal, assim como Lázaro, e parece não haver solução. E interpelou os jovens. “Que a nossa presença seja cheia de alegria, torne este mundo sombrio cheio de vida. Não tenhamos medo!”
O encontro das Novas Gerações da Vida Consagrada segue até a próxima terça, 09. Tendas com temas afins, como Comunicação, Missão, Vocação; celebrações, confraternizações, debates e uma caminhada na Esplanada dos Ministérios, compõem o quadro da programação.(anexa)