A “VALE DA MORTE”

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O povo de Brumadinho, de Minas Gerais, do Brasil e do mundo estão se perguntando: como foi possível que apenas três anos depois do desastre criminoso da Samarco, novamente barro, água e produtos químicos tenham provocado mortes em Brumadinho?

A resposta foi dada pelo presidente da Vale: a Vale não aprendeu nada depois do desastre da Samarco. Em outras palavras, a empresa Vale foi e continua sendo a Vale da Morte, como foi denominada pela Articulação Internacional das Atingidas e Atingidos pela Vale em sua nota de solidariedade com as vítimas de Brumadinho.

Quantas pessoas perderam a vida? O que se sabe com certeza é que são muitas, já que os desaparecidos são mais de trezentos. Muitas delas estavam almoçando, e foram cobertas pela avalanche de rejeitos da barragem localizada na comunidade Córrego Feijão.

Mas não morreram só pessoas. As assustadoras imagens lembram a Samarco: córregos, rios, áreas de plantação e criação de animais, campos e florestas, tudo foi destruído e coberto pala violência da avalanche de rejeitos. Isso significa que ninguém tem condições de saber quantos outros seres vivos foram mortos, a maior parte deles seres unicelulares, que tinham a missão de manter vivo o ecossistema de toda a região. Até o Rio São Francisco está ameaçado de contaminação, como aconteceu com o Rio Doce. Precisamos exigir providências para evitar que essa contaminação vá, mais uma vez, até o mar, porque isso afetará milhões de pessoas e bilhões de outros seres vivos.

As imagens e palavras de sobreviventes e de moradores da região, agitados na espera de notícias sobre familiares, amigos e amigas, revelaram sofrimento e revolta. E nós precisamos nos revoltar junto com eles. Afinal, esse desastre é um crime, e a Vale, por não ter aprendido nada e por não ter feito nada para evitar esse novo rompimento de barragem, deve responder criminalmente, e não apenas através de indenizações.

Na verdade, como sempre argumentam os membros da Articulação Internacional das Atingidas e Atingidos pela Vale, se os órgãos públicos responsáveis pelo meio ambiente, a Justiça e os governos agirem de acordo com a Constituição em favor dos direitos das pessoas e do meio ambiente, a Vale deveria ter suas atividades de mineração suspensas até que ela garanta todos os direitos das pessoas e recupere a vida do meio ambiente da região da Samarco e de Brumadinho.

            Ivo Poletto, do Fórum MCJS

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