Tesouros ocultos nos contrastes da vida humana

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Tesouros ocultos nos contrastes da vida humana

(e que a pandemia ajuda a resgatar)

 

A noite torna mais vivo o brilho das estrelas,

O silêncio representa a oficina e o útero da palavra,

O repouso renova a energia do caminhante,

A sede desvenda o “sabor” escondido na água,

A fome enriquece o tempero do alimento,

Na encruzilhada do deserto encontra-se o oásis,

A separação redobra o anseio pelo reencontro,

A ausência torna mais caro o rosto da pessoa amada,

A doença faz reconhecer o dom único da saúde,

O sofrimento recrudesce o valor da felicidade,

A saudade torna mais terna e doce a solidão,

As trevas desenham os contornos da aurora,

As nuvens velam e revelam a luz do sol,

O inverno ressalta a beleza da primavera,

O desencanto resgata a pérola do primeiro amor,

A tristeza desperta o bálsamo do riso e do sorriso,

Pranto e lágrimas prenunciam tempos de alegria,

O fundo do poço é quase sempre o começo da subida,

A pandemia depura e ilumina o essencial da vida humana,

O êxodo e o deserto abrem o horizonte à terra prometida,

Exílio e diáspora fortalecem o amor pela pátria,

O estrangeiro a quem se acolhe torna-se irmão,

A cruz e o túmulo conduzem à ressurreição.

 

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, vice-presidente do SPM

Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2020

 

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