“Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se foi assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso de viver nem de cantar”(Milton Nascimento)
Concluímos a 49ª Assembleia da CRB Regional Salvador. Data marcada na agenda do coração. Já sabemos: Passou o feriado de 7 de setembro, o próximo domingo é o momento do encontro da Vida Religiosa presente nos estados da Bahia e Sergipe.
A Assembleia de 2015 foi eletiva. Para animar a Vida Religiosa nesta Regional, Pe Firmino da Congregação dos Passionistas, junto com Ir Dilma das Auxiliares do Sacerdócio, Ir Madalena das Irmãs de Santa Maria da Namur, Pe José Carlos dos Vocacionistas e Ir Rita das Missionárias do S Sacramento e Maria Imaculada, assumiram a missão de coordenar a CRB Regional, no triênio 2015/2018.
A cada ano algo me impressiona. Na Assembleia deste ano desejo partilhar a dimensão da dança… Evidente que refletimos, fizemos partilhas em grupo a partir das provocações feitas pela Ir Bárbara, Ir Anette e Ir Leonarda, ao trabalharem conosco o tema: Núcleo identitário, profecia e missionaridade na VRC.
Nos momentos de intervalo a equipe de animação puxava um canto popular e nosso espaço transformava numa enorme pista de dança. Gente com gingados diferentes… da cintura mole à cintura travada… não importava…o importante era dançar! Dançar alegria de sermos religiosos.
Mas algo me chamou muito atenção. Todos os anos uma “baiana do acarajé”, traz seus quitutes para vender. Na hora do “forró” ela correu para nosso meio… Uma religiosa a convida para dançar… Era bonito de ver… Aquele momento não era a “dança dos famosos”, mas a “festa dos pequenos”, a festa de inclusão, a festa dos que trazem no coração a alegria da consagração e o compromisso com o povo.
A presença desta baiana é a confirmação de que nossa missão é convidar “os negros, irmãos no sangue e na sina, seu gingado nos ensina a dança da redenção, de braços dados no terreiro da irmandade, vamos sambar de verdade enquanto chega a razão”(Zé Vicente).
Que a vida religiosa, esteja sempre atenta aos “bailes da vida” e não se canse de “convidar Oneide, Rosa, Ana e Maria. A mulher que noite e dia, luta e faz nascer o amor. E reunidas no altar da liberdade, vamos cantar de verdade, vamos pisar sobre a dor” (Zé Vicente).
Que a vida religiosa, tome sempre a iniciativa de “convidar a criançada e a juventude, tocadores, me ajudem, vamos cantar por aí. O nosso canto vai encher todo país, velho vai dançar feliz, quem chorou vai ter que rir” (Zé Vicente).
Nossa Assembleia teve pão partilhado, fotografias históricas, óculos de Ana Roy, cartazes de Ana Graça, memória da vida do Lisboa e da Vilma Moreira, abraços, sorrisos, expressão corporal mas também silêncio, parábolas, Jesus Eucarístico, oração, meditação da Palavra…
Mas sobretudo, mostramos que as pernas que nos levam a tantas frentes missionárias (muitas cansadas pela idade) são capazes de dançar. E na “festa dos pequenos” enquanto vida religiosa “não me canso de viver nem de cantar”(Milton Nascimento).
Parabéns a todos que participaram e construíram a 49ª Assembleia!
Pe Edegard Silva Jr, ms