Rede Eclesial pretende intensificar a proteção e o cuidado com a Amazônia

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Por Jaime C. Patias| 09.09.14| Durante a cerimônia de abertura do encontro Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), na tarde desta terça, dia 9, coube ao presidente do Departamento Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e bispo de Huancayo no Peru, dom Pedro Barreto, apresentar a finalidade e objetivos do projeto.

Ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida o bispo recordou a V Conferência do CELAM realizada em 2007. “Jesus nos convoca como uma Igreja ‘em saída missionária’”,afirmou para, em seguida citar o Documento de Aparecida, onde diz: “Diante da natureza ameaçada, Jesus que conhecia o cuidado do Pai pelas criaturas que Ele alimenta e embeleza (cf Lc 12,28), convoca-nos a cuidar da terra para que ela ofereça abrigo e sustento a todos os seres humanos” (DAp 113).

Atendendo a esse chamado, o bispo explicou que a proposta da Rede vem sendo discutida há algum tempo em diversas reuniões entre representantes do Departamento Justiça e Solidariedade do CELAM, Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, Caritas Latino-americana e caribenha (SELACC) e Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR).

A decisão de constituir a Rede Eclesial foi tomada numa reunião realizada em outubro de 2013, em Manaus (AM). O Departamento Justiça e Solidariedade do CELAM assumiu a iniciativa e foi realizado no mês de janeiro deste ano, em Lima no Peru, um novo encontro preparado por uma comissão especial para aprofundar as discussões.

A Pan-Amazônica é constituída pelo Brasil, Equador, Venezuela, Peru, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Ao mostrar o mapa, dom Barreto destacou que a Região não é somente uma área geográfica, mas “uma sociedade pluriétnica, pluricultural e plurirreligiosa onde o seus habitantes nos dão lições de cuidado, proteção e carinho maternal”.

Na sequência, o bispo mencionou as palavras do papa Francisco pronunciadas no início do seu pontificado, em 19 de março de 2013. “Nossa vocação é proteger toda a criação, a beleza da criação, como diz o livro do Gênesis e como nos mostra São Francisco de Assis: é ter respeito por todas as criaturas de Deus e do meio ambiente em que vivemos. (…) Nossa irmã a mãe Terra (Francisco de Assis) é nossa casa comum e lugar da aliança de Deus com todos os seres humanos e com toda a criação comum (DAp 125). Há uma íntima relação entre ‘ecologia ambiental’ e ‘ecologia humana’ que exige uma ‘ecologia social’. O atual ritmo de exploração dos recursos naturais é uma ameaça para as gerações presentes e futuras”.Diante da degradação do meio ambiente em escala global, dom Barreto trouxe ainda alguns textos do Documento de Aparecida. “A América Latina é o Continente que possui uma das maiores biodiversidades do planeta e uma rica sócio diversidade representada por seus povos e culturas” (DAp83). A “devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de seus povos” foi denunciada de Bento XVI, no Estádio do Pacaembu em São Paulo (2007), quando pediu aos jovens “um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação” (DAp 85).

Por fim, dom Pedro Barreto, frisou o principal objetivo do Encontro em Brasília: “Lançar as bases de uma Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) através do diálogo, coordenação e formação de consenso sobre a visão e a missão da Igreja na Amazônia”.

Em vista deste propósito, os cerca de 60 representantes de organismos e instituições que atuam na Região, reunidos na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), partilham experiências pastorais diversificadas em busca de consensos para oficializar a REPAM. Ao longo dos trabalhos que se estendem até sexta-feira, 12, serão definidos os objetivos, alcances e estratégias de como proceder, bem como a estrutura básica da atuação da Rede.

A programação do dia encerrou com uma missa presidida pelo secretário Geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner.

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