A essência da política encontra-se no bem-estar da sociedade. Um dos
significados de política, segundo o dicionário Aurélio, é “a arte de bem governar os
povos”. Outra fonte – o Houaiss – define-a como “a ciência do governo dos povos”.
Ensina Aristóteles sobre política: “O homem, quando perfeito, é o melhor dos
animais, mas é também o pior de todos quando afastado da lei e da justiça…” Diz
também: “…quando destituído de qualidades morais, o homem é o mais impiedoso e
selvagem dos animais.” Por sua vez, Platão escreve que o Estado deve ser governado
não pelos ricos e ambiciosos, mas pelos sábios. Segue ainda dizendo que “a política é a
mais difícil e a maior de todas as ciências possíveis de se adquirir”.
Com a doutrina de Buda, aprende-se: “O dever do governante é proteger o seu
povo. Seu governo não será perfeito até que o povo fique em paz. Ele pensa nas
necessidades do povo e se preocupa em lhe dar prosperidade. Um sábio governante deve
proteger seu povo com seu poder e dignidade.”
Referindo-se ao bom líder, Jesus Cristo anuncia a parábola do Bom Pastor: “Eu
sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é
pastor, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. O mercenário foge
porque trabalha só por dinheiro e não se importa com as ovelhas.” A maioria dos nossos
líderes políticos não é capaz de qualquer sacrifício para o bem social. Não tem o menor
cuidado. Em vez disso, usa o povo para a promoção pessoal e para o enriquecimento
ilícito. E mais: o povo é sacrificado com excesso de impostos e com burocracia. Os
líderes criam e impõem leis ao povo, mas eles próprios não as cumprem.
Jesus Cristo é o modelo perfeito para a arte da política. No deserto, foi tentado
pelo demônio, que lhe mostrou todos os reinos do mundo e todas as riquezas, dizendo:
“Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus não se
corrompeu e mandou o demônio embora, pois sabia que aceitar benefícios é vender a
alma.
A verdadeira política é libertadora. Os cidadãos devem ser livres para viver com
dignidade. Em muitas sociedades, porém, acontece o contrário. O povo é mantido
oprimido, analfabeto, pobre, preso ao assistencialismo. A mediocridade da política,
além de se estampar nos problemas sociais, revela-se também nos projetos medíocres e
em assistencialismo.
Enfim, a política, originalmente tratada como a arte de servir a sociedade,
tornou-se a arte de servir-se das pessoas.
Ir. Lauro Daros