Nota de Repúdio

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NOTA DE REPÚDIO

A TODA E QUALQUER TENTATIVA DE MANIPULAR A

AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL

        “Fazei  tudo o que Jesus disser” (Jo 2,5)

 

Com tristeza e apreensão, a CRB Nacional, como boa parte da comunidade católica, fomos recentemente surpreendidos (as) por matéria  publicada em veículo de comunicação de circulação nacional, de 06/06/2020, afirmando um possível  apoio dos veículos de comunicação católicos, TVs e Rádios,  ao governo  do Presidente da República, em troca de concessão de verbas publicitárias e facilidade na obtenção ou renovação de outorgas.

A Comissão Episcopal Pastoral para a  Comunicação da CNBB deixou claro em sua Nota  que as instituições de TVs e Rádios Católicas têm autonomia e Estatutos próprios.     

A Igreja Católica,  em plena sintonia com o Concílio Vaticano II, no Decreto Inter Mirifica (IM), sobre a comunicação social, tem plena consciência de que o uso das mídias está a serviço da Evangelização, da verdade, da defesa do direito à informação e da moralidade do uso dos meios (IM  3-5.13), cabendo aos Bispos, em suas respectivas dioceses e na comunhão episcopal organizar e promover a comunicação (IM, n. 20).

Por conseguinte, a Igreja, como bem afirma categoricamente a nota da Comissão Episcopal Pastoral para a  Comunicação, não aceita de forma alguma que o uso dos meios de comunicação sejam censurados e perseguidos, inclusive com ofensas a jornalistas, manipulação dos fatos que ameaçam o exercício pleno da democracia e do estado de direito.

Reforçamos, em comunhão com a mensagem do Papa Francisco para o 54º Dia Mundial das Comunicações,  a urgência de “tecer histórias verdadeiras capazes de renovar o mundo”.      

Neste sentido, a Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB –, em comunhão com a CNBB, SIGNIS e Rede Católica de Rádio, manifesta seu repúdio a toda e qualquer tentativa de manipular a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, colocando-a ao lado de instrumentos antidemocráticos, inclusive maquiando os dados da pandemia que mata assustadoramente a população, sobretudo nas comunidades das periferias, entre os povos indígenas e quilombolas. É com a compaixão de Jesus Cristo que vemos aterrorizados(as) as valas comuns nos cemitérios, a perda de milhares de brasileiros e a dor de numerosas famílias que não podem sequer enterrar seus entes queridos.

Somos solidários (as) com a dor daqueles que, como George Floyd, gritam “não posso respirar”. Que este grito suba aos céus e o Deus da vida faça renascer dos ossos de uma sociedade esgarçada, um novo céu e uma nova terra.

Pedimos às TVs e Rádios Católicas,  sobretudo àquelas mantidas por congregações religiosas, que usem de sua liberdade e autonomia, na gestão de seus empreendimentos, da ética e compromisso com o Reino e nunca aceitem  a corrupção para apoiar processos autoritários. Que vençam a verdade, a justiça e o amor, e caiam por terra “os poderosos de seus tronos e sejam exaltados os humildes e famintos” (cf. Lc 1,52).

Brasília, 11 de junho de 2020
Ir. Maria Inês Vieira Ribeiro, mad
Presidente 

 e Diretoria Nacional

                                

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