Missionário dos migrantes e refugiados é nomeado cardeal

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

Entre os 13 novos cardeais nomeados, neste último Consistório, realizado na cidade do Vaticano no final de novembro, figura o nome de um arcebispo do corpo diplomático da Santa Sé, Cardeal Silvano Maria Tomasi, CS. Sua nomeação representa, por parte do Papa Francisco, um verdadeiro gesto de reconhecimento por tudo o que esse sacerdote scalabriniano realizou em sua trajetória de missionário junto aos migrantes e refugiados. Nascido em Casoni di Mussolente, Itália, no dia 12 de outubro de 1940, fez os primeiros estudos nesse país, tendo logo sido destinado às missões dos Estados Unidos, lugar de imigração historicamente intensa e variada. Concluídos os estudos superiores, ali foi ordenado sacerdote em maio de 1965. 

Sempre nos Estados Unidos, Pe, Silvano Tomasi por vários anos atuou na Pastoral dos Migrantes. Além da preocupação pastoral com a acolhida e a assistência aos imigrantes, dedicou-se ainda ao estudo das migrações. De maneira particular, colaborou com o Center for Migration Studies (CMS) & e a International Migration Review (IMR) de New York (USA). Os companheiros missionários, que confiavam no seu trabalho e na sua liderança, o elegeram Superior da Província onde prestava seu ministério, na Congregação dos Missionários de São Carlos (scalabrinianos). Tal capacidade de liderança, aliás, foi-lhe prontamente reconhecida: entre os anos de 1983 e 1987, passou a exercer o cargo de primeiro diretor do Setor de Pastoral dos Migrantes e Refugiados (PCMR) da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (NCCB/USCC). 

Logo em seguida, entre os anos de 1989 a 1996, o então Papa João Paulo II o requisitou como Secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, na cidade do Vaticano. A partir dessa tarefa e desse conhecimento concreto, em junho de 1996, foi nomeado núncio apostólico, com presença extensiva a dois países africanos, Eritreia e Etiópia. A região, a leste do continente, é marcada por uma mistura de intensa a pobreza e violência. Por isso mesmo, tem sido igualmente intensa a fuga de migrantes, seja em direção a outros lugares da África, sem rumo e à Europa. Ao mesmo tempo, em agosto de 1996, foi consagrado como arcebispo titular de Asolo. 

Na data de 10 de junho de 2003, foi nomeado Observador Permanente da Santa Sé junto ao Gabinete das Nações Unidas e das Instituições Especializadas em Genebra, como também Observador Permanente junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), com atenção especial, entretanto, para a questão dos migrantes e refugiados. Com a herança de uma grande atuação no campo da mobilidade humana, ali trabalhou por 13 anos, tendo deixado o cargo em 13 de fevereiro de 2016, como bispo emérito devido à idade de mais de 75 anos. Mesmo assim, o Papa Francisco o nomeou como membro do novo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, ao lado do qual situa-se o serviço de Pastoral aos Migrantes e Refugiados.

Mais do que simples membro do Dicastério, na verdade, devido à sua longa experiência com o fenômeno das migrações, o então Dom Silvano Tomai acabou sendo encarregado de organizar o funcionamento operacional e concreto próprio serviço. Revelou-se, nessa tarefa, um incansável pastor e profeta na solicitude para com aqueles que são obrigados a deixar a terra natal e aventurar-se por caminhos desconhecidos e, quem sabe, menos ingratos e mais promissores.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, vice-presidente do SPM – Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2020

Publicações recentes