Está em visita à CRB Nacional em Brasília (DF), no dia de hoje, 06 de março, Irmã Amélia Jamba, Mensageira do Amor Divino, proveniente da Diocese de Cuando Cubango Menongue, Angola.
Sua vocação começou quando como adolescente conheceu uma irmã beneditina que a motivou com a missão entre os pobres. Desde então decidiu ser religiosa, mas não optou, de início, por alguma Congregação.
Mais tarde conheceu a Congregação das Mensageiras do Amor Divino e nela ingressou, em 1982. Há 28 anos é consagrada. Hoje, é delegada da Congregação em Angola e acompanha as seis comunidades que lá estão presentes.
Ao falar da realidade de Angola, Irmã Amélia lembrou alguns desafios: o maior desafio deles é a pobreza do povo. Outros são a maternidade ou a gravidez precoce e a desestruturação da família. A vida religiosa tem sido sinal e presença de Jesus Cristo neste meio, sobretudo junto aos pobres que sofrem.
Outro desafio ainda, “…são as poucas vocações, o que compromete o futuro das Congregações. As jovens querem viver com as Irmãs, mas não aderem a uma vida religiosa definitiva. A juventude quer viver por si, ser autônoma, mas sem compromisso”, pontua Irmã Amélia Jamba.
A religiosa aponta também que apesar das poucas vocações, dá para se pensar em missionários africanos, porque a Igreja é missionária. “Os bispos incentivam os religiosos a saírem das zonas urbanas e irem para a periferia. Uma diocese vai ajudando a outra. Esta é outra forma de missionariedade”, acrescenta.
Para Irmã Amélia, os missionários brasileiros em Angola são verdadeiros arautos da boa nova, são pessoas que doam-se totalmente e dedicam seu amor ao povo angolano. Testemunho disso foi Irmã Maria Inês Ribeiro, mad, e as primeiras irmãs quando estiveram em Angola, no tempo da guerra. “Se não fosse o amor ao povo angolano teriam nos abandonado”, afirma Irmã Amélia.
Sobre o Sínodo para a Amazônia, diz ela que “a Igreja Angola recebeu o Sínodo com o coração aberto pois foi um evento para a Igreja toda. Um Sínodo pelos mais pobres, pela natureza, para todos nós”.
Sobre o Dia Internacional da Mulher, Irmã Amélia incentiva às mulheres a não terem medo de dizer a verdade. ‘Hoje em dia, a mulher é pouco respeitada. Que ela busque o respeito à sua identidade feminina”. Para a irmã, uma mulher como protótipo para todas as mulheres foi Santa Teresa de Calcutá que deu sua vida pelos mais carentes, mais pobres, os sem voz nem vez.
A religiosa também destacou uma frase expressiva para as Mensageiras do Amor Divino: “A mensageira deve primeiro ser concha pra depois ser canal. Embebe-se, como esponja de água, através de uma profunda vida de oração, para transbordar este Amor Divino na vida apostólica conforme as exigências dos tempos e dos lugares…”, ressaltou Irmã Amélia.