Por Jaime C. Patias | Amar como Jesus amou é a melhor pedagogia. Cada um de nós temos uma história de amor de Deus. Uma história bonita, mas que pode ser de dor, de desafios, de sofrimentos como o verso de um tapete que mostra todos os nós, sem os quais não apareceria, do outro lado, a imagem bonita daquela obra de arte”. A reflexão é do arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, que na tarde desta sexta-feira, 04, participou da 20ª Assembleia Nacional de coordenadores da Infância e Adolescência Missionária que acontece em Brasília (DF).
Dirigindo-se aos mais de 30 coordenadores estaduais da IAM de todo o Brasil, o bispo recordou que, na Igreja, “nós somos instrumentos nas mãos de Deus para amar, servir e dar a vida. Essa deve ser a nossa mística. A espiritualidade da caridade que nasce da ternura. Fazendo isso nós estaremos em sintonia com a proposta do Ano Santo da Misericórdia convocado pelo papa Francisco”.
Isso por que, segundo dom Anuar, “a verdadeira religião que conduz o nosso caminho é a misericórdia, o amor, a ternura. Esse trabalho que vocês fazem por meio da IAM educa as crianças para a ternura, a misericórdia”.
Ano Santo da Misericórdia
Ao refletir sobre o Ano Santo, o bispo destacou o grande amor de Deus. “Não tem pecado que Deus não perdoe. Ele perdoa sempre. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. Deus nunca se cansa de perdoar. Por isso, neste Ano Santo temos uma oportunidade para lavar a nossa alma de tudo o que pesa no nosso coração. Comecemos uma vida nova”, exortou dom Anuar e recordou as palavras do papa Francisco sobre o sentido desta Ano Santo: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”.
A missão que Jesus recebeu do Pai, “foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. Os sinais que realiza, sobretudo para os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes, atribuladas, decorrem sob a marca da misericórdia. O Ano Santo é mais uma iniciativa que Deus nos oferece através do papa Francisco, para uma verdadeira conversão, que nos leva a confiar no amor misericordioso do Pai, em Jesus Cristo e nos leva também a uma relação de misericórdia com nossos irmãos”.
Diante da dificuldade de perdoar, o arcebispo de Maringá afirmou que “não existe outro sentido para a vida humana a não ser o caminho do perdão. Perdoar e ser perdoado mergulhando no amor misericordioso do Pai”. Ele incentivou a perdoar-se e perdoar o outro, a nunca carregar no coração ódio e raiva. “A raiva é um veneno que você toma para que o outro morra. A raiva só faz mal a você, o outro não vai sentir nada”, garantiu.
Entre os meios para renovar a vida no Ano Santo a ser inaugurado pelo papa Francisco no próximo dia 8 dedezembro, estão o sacramento da reconciliação e a passagem pela Porta Santa que simboliza um novo caminho de conversão. A Porta Santa, por sua vez, leva à Eucaristia, Pão de vida eterna.
O bispo recordou ainda que, no trabalho de evangelização, “não existe outro caminho senão uma ação envolvida na ternura do amor misericordioso e compassivo”. E retomou as palavras do papa: “toda ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo”.
Após um momento de reflexão pessoal sobre os discípulos de Emaús, dom Anuar presidiu missa e incentivou os coordenadores a continuarem sua missão com as crianças e adolescentes.
Coordenada pelo secretário nacional da IAM, padre André Luiz de Negreiros, em sua 20ª edição, a Assembleia reúne cerca 30 coordenadores da IAM de todo o Brasil, e estende-se até domingo, 6, com momentos de partilha, reflexão e programação das atividades para 2016.