3 º. Encontro Internacional de editores de revistas de Vida Religiosa Consagrada

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

 

      

     Com o objetivo de estudar, acompanhar e analisar os contextos da Vida Consagrada e as formas de apresentá-los em artigos que promovam as mudanças e viabilizem o valor da consagração para as comunidades religiosas, a cada dois anos os editores de revistas se encontram para trocar experiências e criar vínculos de comunhão e partilha. Neste ano, de 27 a 29 de janeiro 2020, encontramo-nos no Santuário de Nossa Senhora de Rosário de Fátima-Portugal, 11 dos quase 20 que somos. 2 de Colômbia, revista Vinculum e Clar; 1 da Bélgica, revista Vies Consagrées; 1 da Espanha, revista Vida Religiosa; 2 de Portugal, revista Vida Consagrada; 1 do Brasil, revista Convergência; 2 assessoras da Conferência dos Religiosos de Portugal. Os demais membros apresentam dificuldades devido a outros compromissos.

            Cada participante teve um tempo para apresentar a VRC no próprio país e os avanços na elaboração e divulgação da revista. Percebemos assim o quanto cada revista contribui e ainda pode continuar ajudando na articulação de temas e colaboração na constante transformação da VRC no mundo moderno. A temática apresentada teve presente as vivências e as inquietações que temos com relação à missão e presença da VRC na Igreja de hoje. Fomos assessorados na reflexão a partir de 3 provocações: 1. Os desafios da ecologia integral à VRC, elaborada pelo padre José Domingos Ferreira, Dehoniano de Portugal; 2. A comunidade religiosa hoje, padre Luiz Gonzalo. Claretiano de Espanha; 3. Vida Consagrada e evangelização, padre Antônio Gomes Dias, redentorista de Portugal. Destas partilhas destaco: A necessidade de uma espiritualidade do cuidado da pessoa do religioso/a, na liquidez; ter presente o princípio de “Calcedônia”, ou seja, saber respeitar as diferenças sem separar, respeitando a riqueza de nossas particularidades carismáticas pessoais e comunitárias; saber rever o valor da comunidade religiosa, não como a pessoa do religioso deve corresponder a Instituição, mas como a Instituição deveria valorizar e saber ver com um novo olhar a pessoa consagrada, mudando assim o paradigma da identidade religiosa, o saber acolher; a sinergia do carisma fundacional com os cristãos leigos e leigas, não no âmbito do fazer ou representar, mas de fato no ser protoganista da missão comum.

            A grande questão é: como trazer toda esta riqueza que surge hoje no grande horizonte da VRC, que vive um colapso institucional, para as revistas? Há uma mudança de paradigma que nos questiona e inquieta e que repercute, sobretudo na falta de vocações. Este fenômeno se agrava em todos os Institutos da grande tradição da VRC e, ao mesmo tempo, não se manifesta nas novas comunidades de vida. Precisamos nos perguntar o que está surgindo? Qual é a novidade e para onde vamos como vida Consagrada. As revistas precisam saber dialogar com este novo paradigma e ajudar na reflexão com artigos que ajudem no discernimento e no olhar diferenciado e profético.

            As novas gerações são transmodernas, quer dizer, estão permeadas dos estímulos que encantam a modernidade, e não conseguem mais conviver com os modelos de vida consagrada da “grande disciplina”, ou de um conservadorismo que, sem dúvida, pode até atrair, mas não toca em profundidade a vida das pessoas. É urgente sair, conectar-se com os fatos e enxergar com clareza as propostas de vida que, de fato, correspondam a um mundo que se transforma.

            No retorno para Lisboa visitamos a rádio Renascença FM, do patriarcado de Portugal, e a sede da Conferência dos Bispos de Portugal. A experiência foi muito rica e alcançamos nossos objetivos.

Algumas conclusões:

  1. É preciso fortalecer o grupo. Para tanto, nos próximos encontros insistir na participação;
  2. A reflexão sobre o carisma fundacional e carisma do instituto precisa ser mantido para fortalecer as novas gerações;
  3. Precisamos fortalecer os vínculos entre os editores de revista para melhor vinculação de artigos e colaboração recíproca;
  4. Inserir artigos de teólogos e teólogas religiosos ou não que ajudem na maior compreensão da VRC na atualidade;
  5. Seria também interessante publicar artigos em outras línguas, uma vez ou outra, para ampliar mais ainda o interesse, sobretudo com narrativas de vivências de religiosos e religiosas;
  6. A pluralidade de revistas sobre VRC não gera uma competição, mas uma ajuda sadia para ampliar os horizontes da natureza da consagração, porém, o atual redesenho da VRC, com fechamento de casas preocupa o futuro das revistas; como também a pouca leitura e estudo nas Províncias e comunidades. Na verdade, a pouca leitura preocupa. Este é um desafio a não nos vencer, mas a ser vencido, sobretudo com a internet que torna tudo cada vez mais rápido e direto;
  7. Talvez para um próximo encontro poderíamos produzir alguns textos que fossem publicados posteriormente nas revistas;
  8. Próximo encontro: México 2021, outubro – ainda para definir.

Pe. João Mendonça, sdb

Publicações recentes