Via-Sacra em Macapá traz à tona as dores da população

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Por Rosinha Martins| 25.03.2016| A tarde desta sexta-feira santa foi rica de reflexões e meditações para a comunidade católica da comunidade Nossa Senhora desatadora dos nós do bairro Marabaixo 3, da diocese de Macapá- AP. A Via-Sacra ajudou os fiéis a meditarem a paixão do Senhor e consequentemente trouxe à tona as cruzes vividas no dia a dia, que tem ferido a dignidade dos macapaenses.

Durante a celebração da paixão do Senhor, popularmente conhecida como o “beijo da cruz”, o sacerdote religioso da congregação dos Piamartinos, padre Lucas, em sua homilia convidou os fiéis a seguirem o exemplo de Jesus que se esqueceu de si mesmo e assumiu a condição humana para a salvação do ser humano. “Imagine se você tivesse que se transformar numa formiguinha para salvar o reino das formigas. Comparando com a vida de Jesus, foi isso que ele fez, despojou-se de si mesmo e se tornou um de nós para nos salvar”. E acrescentou sobre as tentações diárias que o ser humano tem de viver no egoísmo e sugeriu a atenção a um caminho de compaixão com o sofrimento alheio.

O grupo de jovens piamartinos foram os responsáveis pela Via-Sacra da noite, que levou dezenas de fiéis às ruas de Marabaixo rumo à Paróquia, onde foi encenada a crucifixão e morte de Jesus.

Coordenadora da Juventude Piamartina, grupo de jovens que seguem a espiritualidade dos religiosos de São João Batista Piamarta (piamartinos), Taiane Sigrid Santiago (à direita), falou sobre o significado de ser piamartina neste contexto amazônico. “Estamos iniciando o grupo de jovens piamartinos pois queremos viver a espiritualidade de nosso fundador que é a humildade, o serviço ao próximo, assim como Jesus que levou aos outros o amor. São João Batista doou sua vida aos jovens a partir da família, da sociedade”, informou.

Para Taiane, ser jovem em Macapá não é tarefa fácil, e explicou o porquê. “Temos que nos defrontar com muitas culturas de morte as drogas, o álcool, o fumo e convencer os jovens que Jesus Cristo Ressuscitado é a melhor escolha não é uma tarefa fácil.

Taiane contou, ainda, que os jovens realizam um trabalho social na comunidade preparando sopão para as pessoas mais carentes da comunidade vizinha, Marabaixo 5 e que pretendem fazer muito mais para o resgate da dignidade do seu povo.

A via-crucis do povo macapaense com a falta do saneamento básico

Macapá é transpassada  pela linha do equador, está no meio do mundo. Mas ela é transpassada, também por tantos problemas sociais. Esquecida pelos governos, a cidade carece de melhorias na educação, na saúde, no saneamento básico.

Bruno Rafael, 30, também é piamartino, ressaltou como problemática social gravíssima vivida pela sua comunidade, a falta de saneamento básico, um dos principais assuntos da Campanha da Fraternidade deste ano. “O saneamento básico se chegar a 1% na cidade de Macapá inteira, é muito. Sofremos pela falta de cuidado tanto da população quanto dos governantes, pois como consequência desta falta, temos diversas doenças”.

Ainda, de acordo com Bruno, a ausência do saneamento é algo extremamente grave e a Campanha da Fraternidade faz essa convocação no sentido de incentivar a população a descruzar os braços. “A casa comum é nossa e somos todos responsáveis, enquanto indivíduo inserido numa sociedade, mas temos a necessidade d e políticas públicas que fomentem isso pois não temos condições materiais, financeiras de criar esgoto, isso é tarefa do poder público. Para isso pagamos impostos. A Campanha para nós caiu como uma luva”.

Bruno, durante na encenação da paixão representou um dos ladrões e explicou que significado teve para ele este papel. ” Fui aquele ladrão cruel que cobrou de Jesus que os salvasse. Esse grito do ladrão reflito como o grito de toda a humanidade. Às vezes, no desespero, mesmo com raiva, gritamos a Deus que nos salve. E um dos nossos gritos aqui em Macapá é esse: Salva-nos, precisamos de políticas públicas, precisamos de saneamento básico para vivermos com dignidade”, enfatizou.

 

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