Realizado em Brasília (DF) ao longo desta semana, o 5º Simpósio de Missiologia coincidiu com o 3º aniversário do pontificado do papa Francisco e a situação conturbada do país. No final dos trabalhos, nesta quinta-feira, 17, os participantes do encontro divulgaram uma Mensagem ao Povo de Deus.
“Tivemos como proposta fazer um balanço de possíveis orientações e visões missiológicas, no intuito de assumir caminhos de atuação em sintonia com o sonho missionário de Francisco de configurar todo o povo de Deus em uma Igreja em saída”, diz um trecho da Mensagem. Confira abaixo a íntegra da carta.
Mensagem ao Povo de Deus
O 5º Simpósio de Missiologia, realizado em Brasília (DF), no Centro Cultural Missionário (CCM), entre os dias 13 e 17 de março de 2016, reuniu 45 pesquisadores, mestres, doutores, especialistas, membros e representantes de comunidades, instituições e organismos de todo o Brasil. Promovido pelo CCM e pela Rede Latino-Americana de Missiólog@s (RELAMI), o evento teve como tema “Francisco, timoneiro da esperança: para uma missão a serviço do mundo de hoje e amanhã”. Queremos partilhar com o Povo de Deus nossas preocupações e esperanças como Igreja “em saída”.
O Simpósio coincidiu com o 3º aniversário do pontificado do Papa Francisco e a situação conturbada do nosso país. Tivemos como proposta fazer um balanço de possíveis orientações e visões missiológicas, no intuito de assumir caminhos de atuação em sintonia com o sonho missionário de Francisco de configurar todo o povo de Deus em uma Igreja em saída.
Por meio de conferências, debates, oficinas e partilhas, aprofundamos a reflexão teológica sobre os sinais dos tempos; evidenciamos luzes e sombras do mundo contemporâneo; detectamos entraves e pressupostos eclesiológicos para uma “saída decidida”; vislumbramos novos caminhos da missão; e nos empolgamos com a conversão missionária das nossas comunidades.
Apreciamos com alegria a esperança irradiada pelo pontificado de Francisco, mas partilhamos também apreensões diante de obstáculos que bloqueiam o seu projeto de reforma. Esse projeto nos propõe a uma nova visão da história como história de salvação; a descolonização da missão; a descentralização e a sinodalidade da Igreja; as reformas estruturais no tratado sacramental.
Contudo, o principal obstáculo é o medo dos nossos pastores; o medo de constituir uma Igreja “em saída”; o medo de avançar para águas mais profundas. Às vezes, o medo se manifesta por atitudes autoritárias, da incapacidade de ouvir e pela imposição de m