A Arquidiocese de Brasília realizou, dia 14 de dezembro, o 5º Natal do Povo de Rua. Promovido pela Pastoral do Povo de Rua, Vicentinos, Casa Santo André, Pastoral da Sobriedade, Comissão Justiça e Paz, CRB Nacional.
Às 5h da manhã, oito ônibus passaram pelas ruas do Distrito Federal, embarcando cerca de 800 moradores de rua para a café da manhã, servido em frente à Catedral. Após, foi celebrada a Missa, presidida pelo Cardeal Dom Sérgio da Rocha e concelebrada pelo bispo auxiliar, Dom Marcony Vinicius, o pároco da Catedral, Pe. João Firmino e outros sacerdotes.
Palavras do cardeal
Na homilia da Missa de Natal do Povo de Rua, Dom Sérgio da Rocha disse que Natal é a festa do amor de Deus por nós. “Deus ama especialmente aqueles que não são amados. Jesus nasce assumindo a condição do povo”. Hoje são muitos os irmãs em situação de rua que acolhem e demonstram amor uns aos outros. “Os pastores não tinham boa fama, mas estavam ali, no presépio, junto a Jesus. Assim, hoje, Jesus se identifica com quem passa pela condição de morador de rua.” Dom Sérgio lembrou que, ao contrário dos pastores, Herodes queria acabar com eles, queria matar o Menino. “Mas, Maria, José, os pastores, os magos, humildemente reconheceram Jesus. Souberam se ajoelhar diante do Menino”, concluiu.
Noutro momento o cardeal afirmou: “Jesus nos ama, mas ama, em especial, os que sofrem”, disse. Recordou ainda que estatísticas revelam que o Brasil é o segundo país do mundo, em desigualdade social. E sugeriu algumas atitudes: “Primeiro vamos nos sentir amados por Deus, pelo Menino Deus que nasce e se identifica conosco, com você que sofre na rua. E mais, queremos ser solidários. Que a nossa Igreja se prontifique ao serviço, à solidariedade, à partilha com os que mais sofrem”, pontuou.
Reação do povo
O povo participou de cada momento, das orações, dos cantos, do ofertório, da homenagem feita a Dom Sérgio que celebra 33 anos de ordenação sacerdotal.
Durante a celebração, na catedral, entregaram aos presentes, uma mensagem de Madre Teresa de Calcutá com os dizeres “A maior de todas as pobrezas é a falta de amor”.
Ao sair da Catedral, uma moradora de rua, num gesto de gratidão, entregou uma flor seca verde, de frágil haste. Não disse nada, mas o símbolo é forte e diz que embora as bases sejam fracas, a vida do povo tem durabilidade eterna e muita esperança.
Após a Missa, o almoço foi servido na Igreja São Judas Tadeu, 806 Sul. Seguiu-se a distribuição de presentes a todos.
População de rua no DF
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social do Distrito Federal, registra que, até julho deste ano, cerca de 3 mil pessoas em situação de rua vivam na cidade. Com a chegada do final do ano, esse número aumenta. Segundo a Pastoral do Povo de Rua, esse número é bem maior, cerca de 5 mil pessoas.
Severino Anderson, Orientador Social da Casa Santo André, explicou que esta instituição acolhe pessoas que migram para Brasília e não encontram lugar para morar. Geralmente, essas pessoas vêm em busca tratamento de saúde ou em busca de uma vida melhor. Então a Casa Santo André, com várias unidades no DF, há doze anos, acolhe, fornece alimentação, material de higiene e encaminha as pessoas para documentação, se necessário.
Como colaborar
Como a Pastoral possui grandes limitações econômicas, ela precisa de ajuda para continuar levando dignidade para a população em situação de rua.
Doe qualquer quantia por meio da Conta corrente: 044799-3 / Agência 104 / Banco BRB / CNPJ: 07354.105/0001-98 – Nominal: Associação Casa Santo André.
Quem se prontificar, também pode produzir kits de higiene pessoal completos, com creme dental, escova de dente, sabonete, desodorante, lâmina de barbear, pente etc., que a instituição também aceita, basta entrar em contato com a organização, através dos números: (61)3384 9745 / 98475 0530 / 98587 3609.