Não É Somente Morte, É Morte E Solidão – Ir. Silvio – Regional O1

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O clima que vivemos hoje, com o elevado número de mortos em nossa Brasil a causa do COVID 19, não é de desespero, mas de uma grande desolação. Uma das obras de misericórdia para nós cristãos católicos é aquela de sepultar os mortos, e quando falamos de sepultar, estamos falando de dignidade, respeito e carinho com aqueles que em vida foram nossos companheiros desta viagem chamada vida.

Os vários cenários que vão se desenhando pelo Brasil fora, traz-nos imagens que nos deixam estarrecidos e impotentes. Não estamos em guerra com inimigos que podemos ataca-los com armas, que às vezes tanto prezamos, ao contrário, a nossa luta é com um inimigo praticamente invisível, contra quem não temos nenhum poder de defesa, nenhuma arma, que o destrua a não ser manter-se distantes uns dos outros.

Estamos mergulhados em um lodaçal chamado pandemia, onde uma desobediência pode gerar uma tragédia da qual não temos a menor ideia quais serão suas consequências. A minha falta de respeito às autoridades sanitárias custará a vida de muitas pessoas, e com certeza daquelas mais próximas a mim. Não estamos em uma competição de ideias, a morte não é uma fantasia, ela existe e está entre nós, são mais de 5000 pessoas, que se foram inesperadamente em tão pouco tempo.

Vida e economia, desenvolvimento e lucro se misturam, mas a vida é superior. Se não cuidarmos da vida, o resto perde todo seu valor. Enquanto por força de ignorância ideológica desrespeitamos os limites impostos pela ciência, pessoas estão chorando seus mortos insepultos. Enquanto nossa mania de saber tudo nos leva a atos insanos de contatos e descuidos que ameaçam a vida das pessoas, existem uma multidão de outras pessoas sensatas, altruístas e abnegadas que põem em risco suas próprias vidas para resgatarem a vida de muitos.

A pandemia, que se tornou um palco de irresponsabilidades, também fez renascer no coração de muita gente, a grandeza da solidariedade e da compaixão. Não podemos parar de cuidar e promover o cuidado, mesmo se quem por dever de responsabilidade de fá-lo, se esgueira na ribanceira da insensatez tresloucada de um ego inflado de loucura e estupidez, que precisa se manter no ridículo, para alimentar com o sangue da imbecilidade obscena, um pequeno grupo de pérfidas mentes embotadas, pensamentos petiços que se acham bucéfalos.

O que estamos experimentado atônitos não é somente morte, é morte e solidão, que se mostram terrificantes nas valas que se abrem, nos corpos que se amontoam, como se os nossos entes queridos, que estão partindo vítimas do corona vírus, fossem desvalidos, ou seres indignos de uma sepultura humana.

Há muita dor espalhada pelo mundo. Lágrimas estão sendo derramadas em cada canto do universo, e há ainda quem faça troça de tudo isso, escarnecendo do abismo que se abre em cada peito, que fica machucado com a perda de um pai, de uma mãe, de um filho, de uma filha, de um amigo ou de um grande amor.

Na luta contra uma tragédia que se anuncia não tem “e daí”, mas eis-me aqui, não posso fazer muito, mas tudo o que puder farei para que você sofra menos com as suas perdas. É assim, que se humaniza.

Não é somente morte, é morte e solidão. É olhar perdido, buscando encontrar uma resposta que não está, porque a dor é ilógica e irracional.

A solidão dói mais quando não vimos quem se foi sem ao menos dizer adeus. É essa dor, que mais de 5000 famílias estão sentindo neste momento, porque não tiveram condições de dizerem e nem ouvirem o adeus de quem tanto amavam. Não é uma pequena gripe, é um vírus mortal que não perdoa ninguém.

Então vamos nos cuidar e cuidar dos outros. Ainda é tempo de ficar em casa. Respeite as autoridades sanitárias e desobedeça veementemente quem tentar lhe conduzir à morte.

Continuemos em casa.

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