Brasil tem primeira Igreja do mundo dedicada à beata Assunta Marchetti

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Por Rosinha Martins | 09.11.2014| Uma Celebração Eucarística celebrada na cidade de Mirassol, interior de São Paulo, na tarde deste domingo, 09, marcou o início da construção de uma capela em homenagem a beata Assunta Marchetti, recém-beatificada na Catedral da Sé, São Paulo, no último dia 25 de outubro. O terreno, pertencente a paróquia Santa Rita, no Parque das Flores,  onde será erguida a Igreja, ficou lotado de fieis, entre eles, religiosas de diferentes congregações, padres diocesanos vindos, em caravanas, das cidades de , como Fernandopolis, São José do Rio Preto, Monte Alto, São Paulo-SP, Santo André e Itapuí, Monte Alto e Brasília-DF.

A razão da ereção da Igreja, é o fato de que Assunta Marchetti viveu doze anos na cidade, trabalhando na Santa Casa de Misericórdia junto a outras três Irmãs, a serviço dos doentes, dos pobres e necessitados da cidade. Ali, a beata realizou o seu último trabalho missionário, de 1935 a setembro de 1947, vindo a falecer no Orfanato da Vila Prudente – SP, em julho de 1948.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo da Diocese de São José do Rio Preto, dom Tomé Ferreira da Silva que, na homilia ressaltou as virtudes heróicas da – denominada por ele – ‘beata de Mirassol’. Lembrou que as Irmãs foram trazidas para a Santa Casa a pedido de Dom Lafaete Libânio. “ Madre Assunta fazia não só os seus deveres e as suas obrigações mas oferecia-se  e fazia de fato o trabalho de outras irmãs para que elas pudessem descansar um pouco, fazia trabalhos de outros funcionários para que repousassem e não se dava o direito de repouso”, disse.

Ressaltou, ainda, a vida de oração e o despojamento como atitudes naturais vividas por Assunta e que  história narra que ela dormia na cozinha da Santa Casa para ceder o melhor lugar, em meio à precariedade do Hospital, aos doentes e às Irmãs. Sua vida de oração se percebia pelos momentos vividos na Capela do Hospital e o terço que não saia de suas mãos, mesmo durante o trabalho.

“Hoje reconhecida como bem-aventurada e a diocese de Mirassol fica com a sua relíquia. É  como se ela voltasse para esta cidade, para a Santa Casa e viesse espiritualmente fortalecer-nos constantemente  para que a santidade de nossa vida possa suscitar outros filhos de Deus, outros amigos de Jesus cristo”.

Para o pároco da paróquia Santa Rita de Cássia, onde a Capela será construída,  o padre Vanderlei Moncegatti, a beatificação de Assunta Marchetti  é uma mensagem que recorda que todos tem a possibilidade de viver a santidade, assim como a beata viveu. “Para mim como cristão e como padre é uma benção  ter alguém que pisou no nosso chão, na nossa terra, na nossa cidade, cuidou das nossas crianças, dos nossos doentes, dos nossos mendigos e ser proclamada, elevada aos altares da Igreja”.  

Afirmou ainda que “está sendo uma experiência de Deus muito linda, acrescentou. Os fiéis estão trabalhando entusiasmados por saberem que ali vai nascer uma Igreja para a beata Assunta”.

De acordo com o padre Vanderlei, com a beatificação e a ideia da ereção da Capela, a cidade de Mirassol se tornou mais conhecida.

“Hoje, além de nos reunirmos para fazer o lançamento da pedra fundamental da capela dedicada à bem-aventurada Madre Assunta, nos reunimos também pra acolher a relíquia do seu corpo santificado, a qual poderá ser visitada e venerada aqui nesta Paróquia”, afirmou a Superiora Provincial da Província Nossa Senhora Aparecida, das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, Irmã Sandra Maria Pinheiro.

O prefeito de Mirassol, José Ricci Júnior. esteve presente na Celebração e confirmou, em público, tornar realidade o sonho do povo de Mirassol: reestruturar a Capela do Hospital que permanece intacta em meio à Santa Casa em ruínas.

“Farei um projeto de lei para que seja reestruturada e conservada como patrimônio histórico, a Capela da Santa Casa de Misericórdia onde viveu Madre Assunta”, prometeu.

Ao final da Celebração o buraco aberto para, simbolicamente ser colocada a pedra fundamental foi abençoado e incensado e, em seguida foram depositados ali um tijolo(representando a construção ou pedra fundamental), uma pasta contendo os documentos da compra do terreno, um exemplar de jornal contendo notícias sobre o assunto e a ata da Celebração Eucarística). O buraco foi lacrado, posteriormente, cimentado, o que manterá toda essa documentação no interior da Capela após construção.

Histórias que a fé escreveu

Dona Elisa Fiori, ainda jovem, trabalhou com Madre Assunta na Santa Casa de  Misericórdia e recordou que este Hospital era para atender a classe empobrecida da cidade e narrou uma das tantas experiências vividas com a beata e que, segundo ela revela a confiança que tinha na Providência.

“Um dia, conta,  tinha pouquinha gordura (gordura, arroz, feijão era tudo ganho, ninguém comprava, – porque a Santa Casa era só pra pobre, ( né? ) –  e ela me disse: ‘filha passa na casa do Conde – que era um senhor muito rico – e fala pra ele mandar um pouquinho de gordura para os nossos doentes’. Passei na casa dele ele me disse para avisar para a Irmã que no dia seguinte, na hora do almoço, iria  um pedaço de porco. E Madre Assunta estava me esperando, rindo, feliz sabe?!, e eu disse: Uai, Irmã, tá rindo? Estou rindo, sim, respondeu Assunta, e me perguntou o que o conde tinha dito. Ele disse, respondi, que vai mandar uma carroça trazer um pedaço de porco para nós. Ela disse. Filha, não vai ser só um pedaço. Vai ser um porco inteiro. Ou seja, ela já estava sabendo, né?  E nos veio o porco inteiro, limpo, prontinho para a gente cozinhar”.

E continuou: “Madre Assunta era baixa, tinha uma ferida muito grande na perna (ar de compaixão com a Irmã ) e nunca reclamou. Ela dizia que não ‘estorvava’. Um dia o médico chegou e pediu que ela parasse de costurar por causa da ferida. Ela virou e falou: A perna não tem nada comigo. Veja, ela está numa cadeira repousando e eu posso costurar com a outra. É…pra ela nada era demais. Era pessoa sorridente, muito boa, queria que as freiras tivesse sempre mais do que ela. Ela tinha feito voto de pobreza”, narrou.

Papa recebe, nesta quarta, 12, tela que retrata a beata Assunta Marchetti

Na manhã desta quarta, 12,o Papa Francisco recebeu a tela com a imagem de Madre Assunta, no Vaticano. A tela, pintada pela pintora oficial do Vaticano, a russa Natália Tsarkova, foi feita especialmente para  beatificação que aconteceu no último dia 25 de outubro de 2014. Natália, que  veio ao Brasil para participar das atividades da beatificação de Madre Assunta, apresentou o trabalho ao Papa Francisco.(Veja foto).

Projeto da Capela dedicada a Madre Assunta no bairro Parque das Flores – Mirassol-SP

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