“As POM são um dos instrumentos mais importantes e relevantes para manter em evidência a prioridade da Missio ad Gentes nas Igrejas locais”. Assim se expressou dom Protase Rugambwa, presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM), na sua conferência na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral anual das POM que acontece ao longo desta semana (05 a 10 de maio), na casa de Exercícios Salesianum, em Roma com a participação de mais de 100 diretores nacionais dos cinco continentes. Padre Camilo Pauletti representa o Brasil.
“Foi um ano de trabalho intenso. Das informações que eu e os Secretários-Gerais tivemos dos relatórios anuais que nos enviaram podemos certamente dizer que as POM são um dos instrumentos mais importantes e relevantes para manter em evidência a prioridade da Missio ad Gentes em suas igrejas. Publicações de revistas, congressos para jovens, adultos, adolescentes, cursos de formação missionária para clero e laicato, jornadas missionárias, coleta de fundos, visitas aos seminários, às congregações religiosas e muitas outras atividades foram realizadas”, destacou o arcebispo.
Dom Rugambwa fez uma ampla referência ao ministério missionário do papa Francisco, o qual “deseja uma Igreja que não fique fechada em si mesma, mas uma Igreja em saída missionária. Uma Igreja evangelicamente pobre, que se incline e escolha os pobres, que vá a todo o mundo, especialmente rumo às periferias geográficas e antropológicas. E vá dizendo que nós devemos ser evangelizadores felizes, alegres, que doam a alegria do Evangelho a todos. É um grande encorajamento para nós a continuar a obra de cooperação missionária à qual fomos designados”.
Depois de mencionar a atividade desenvolvida pelo Comitê executivo e pela Comissão para as finanças, além das temáticas tratadas na Assembleia especial de novembro, o presidente das POM falou sobre a situação que estamos vivendo. “Nós nos encontramos num período de profundas transformações, não somente em nível eclesial, mas também civil – evidenciou -. Não exagero ao dizer que hoje é difícil inclusive trabalhar e socorrer os pobres e os que são chamados como sobras da humanidade. Talvez, por causa de alguns abusos ou escândalos, as leis de vários Estados estão, de fato, tornando difícil a ajuda financeira às Igrejas, colocando normas muito severas sobre a exportação de capitais”.
A este propósito, dom Rugambwa evocou alguns aspectos práticos. Antes de tudo, a necessidade de “uma sincera e eficiente comunhão entre Escritórios nacionais e Secretariados internacionais”, enquanto “é necessário um diálogo contínuo, sincero, uma comunicação eficiente, uma ajuda recíproca, um respeito e uma estima que derivam do fato de que todos nós trabalhamos não para nós mesmos, mas para o Reino de Deus. Se conseguirmos fazer esta grande e vasta organização, que são as Pontifícias Obras, uma família, então elas irão readquirir novo esplendor e renovada vitalidade”.
Outra questão diz respeito à comunicação e à transparência do fator econômico-financeiro, sobre o qual há tempo se trabalha: o atual nível de clareza e de transparência alcançado em nível central deverá agora ser realizado em nível das Direções nacionais.
Por fim, o arcebispo reiterou que os diretores nacionais devem ser uma “ponte entre a Congregação e a Sede central das POM e as conferências episcopais, e de modo especial as Comissões para as Missões ou para a Evangelização”. “É importante recordar, especialmente nesses tempos, em que as Igrejas locais assumiram justamente o papel de protagonistas na Missio ad Gentes – afirmou -, que os Bispos, tendo à frente o pastor Supremo, que é o papa, têm a responsabilidade da Missio ad Gentes, e que as Pontifícias Obras não existem para ajudar esta ou aquela missão escolhida pelas dioceses, ou por uma Conferência episcopal, mas as missões de toda a Igreja e das Igrejas que mais precisam”.
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Fonte: Agência Fides