Adeus ao Pe. Tomaz Hughes, svd

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

Pe.Tomaz Hughes, svd
Faleceu no dia 15 de maio de 2017, em Ponta Grossa (PR).
Pe. Tomaz Hughes, svd, é irlandês, religioso-missionário da Sociedade do Verbo Divino. Radicado no Brasil há 45 anos, atuava especialmente na formação bíblica nas bases e como assessor bíblico da CRB e do CEBI. Dedicava-se a cursos e retiros bíblicos em todo o país. Publicou diversos artigos em Convergência, Estudos Bíblicos e publicações da VRC e é autor do livro “Paulo de Tarso: Discípulo-Missionário de Jesus”.

Disse e escreveu Pe. Tomaz: “A memória não é suficiente. Pode até ser desmobilizadora. Precisa ser completada com a esperança”.

A CRB Nacional, sua diretoria, a equipe Interdisciplinar e todos os religiosos e religiosas se solidarizam com a Congregação do Verbo Divino e com os familiares de Pe. Tomaz, com um profundo agradecimento a Deus pelo grande dom que este sacerdote foi para a Igreja e para o mundo.

 

Palavras da Presidente da CRB, Ir. Maria Inês Vieira Ribeiro, mad
Pe. Tomaz, desde que o conheci, possuia uma energia, uma vibração, um amor pela Igreja, pelos pobres e pela Palavra de Deus de causar “santa inveja”.
Nunca vi o Pe. Tomaz desanimado e sem garra, fazendo toda sua parte para que o Reino acontecesse. Olha que o conheço desde 1981, quando trabalhei com ele na Diocese de Foz do Iguaçu, Paraná.

Vale lembrar o que diz o Frei Luis Susin, OFMCap: “O Pe. Tomaz foi da espécie que desdiz a teoria do pecado original…tinha os dons do paraíso intactos…aliou conhecimento e realismo com inocência e alegria! Que privilégio tê-lo conhecido ao menos um pouco nos últimos anos. Deus seja louvado pela sua existência”.

A Equipe Interdisciplinar da CRB perdeu um membro especial! Agradecemos profundamente ao Pe. Thomaz que trouxe às nossas reflexões e decisões, o impulso do Espírito Santo, ajudando a perceber que Ele “está fazendo coisas novas! Vocês não estão vendo?’

Obrigada, Pe. Tomaz, por tudo o que você foi à VRC e à Igreja.

 

Segue artigo do Pe. Tomaz Hughes, svd, escrito em 2015, em preparação à Assembleia Geral Eletiva da CRB Nacional)

ESTOU FAZENDO UMA COISA NOVA:
ELA ESTÁ BROTANDO AGORA, E NÃO PERCEBEM?

Qualquer análise da situação da VRC hoje, especialmente na sua forma da “vida apostólica”, aponta para um contexto de crise. No fundo é uma crise de identidade – “Quem somos e para que existimos?”
Até a viravolta causada pela renovação na Igreja, simbolizada pelo Concílio Vaticano II, os/as Religiosos/as pareciam seguros/as na sua identidade, baseada na “vocação à santidade”, “vocação missionária” e “obras caritativas”. A renovação Conciliar demonstrou que todo cristão é chamado à santidade, é missionário/a por natureza e fica muito claro que não preciso ser Religioso para trabalhar nas obras caritativas. Logo nasce a pergunta: “Se, para fazer o que faço, não precisa ser religioso/a, então por que sou?” A incapacidade de responder adequadamente a esta pergunta levou dezenas de milhares de religiosos/as a abandonar as suas comunidades e continua a perturbar muitos hoje.

Engana-se quem pensa que “crise” é necessariamente algo negativo. Na verdade, é oportunidade para descobrir os elementos da nossa vida que não funcionam mais e fazer as mudanças necessárias para que revitalizemos as nossas opções vitais. A crise atual nos conduz a refletir sobre o que são os elementos indispensáveis da nossa identidade. Em toda parte, se debruça sobre a questão do “núcleo identitário” da VRC – aquilo que nos dá consistência, sem o qual não pode existir uma VRC autêntica. Está mais do que claro que a Rida Religiosa Consagrada se fundamenta na experiência radical de Deus. A vida comunitária e a missão apostólica nascem de tal experiência e nutrem-na. A experiência de Deus lança o fundamento. A vida comunitária alimenta-se de tal experiência e a alimenta, e recarrega afetiva, psíquica e espiritualmente o religioso para a missão. Esta irradia as duas anteriores de tal modo que cada uma remete à outra. Esses três elementos são indispensáveis para uma VRC autêntica.

A História da Salvação demonstra que foi através de crises que o Projeto de Deus avançou. Precisamos refletir nas palavras de Deutero-Isaías que apresenta Deus falando com o seu povo, exilado, desanimado, aparentemente sem perspectivas: “Não fiquem lembrando o passado…vejam que estou fazendo uma coisa nova: ela está brotando agora, e vocês não percebem?” (Is 43, 18-19). Para enxergar a “coisa nova: que Deus fazia brotar, era necessário criar uma nova maneira de ver as coisas, ter novas lentes, entender que a “coisa nova” não é a antiga “renovada”, mas algo verdadeiramente novo, excitante, que brotava da
ação do Espírito.

Esse tempo difícil para a VRC revelar-se-á como uma bênção e conduzirá a uma renovação, talvez de um jeito que não conseguimos antecipar. Para que isso aconteça, precisamos deixar de ser obsecados com a nossa sobrevivência e a das nossas obras e empreendimentos, revitalizar o tripé da Experiência de Deus, Vida Comunitária e Missão Profética, acreditar na “coisa nova” que Deus já faz brotar, e “o resto virá por acréscimo”.

Perguntas para aprofundamento:
1. Você sente mais otimismo ou pessimismo na sua Congregação/Comunidade?
Quais as causas?
2. Que sinais percebe de “algo novo” que Deus está fazendo brotar na VRC hoje?
3. O que dificulta a nossa percepção da ação criadora de Deus na VRC atual?

Publicações recentes