“A mulher não é especialista em pecado”, diz teóloga

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Por Rosinha Martins
10 / Out / 2013 16:48

Por ocasião do 25º aniversário da Carta Apostólica Mulieris dignitatem de autoria do Beato João Paulo II, publicada em 15 de agosto de 1988, o Pontifício Conselho para os Leigos, presidido pelo Cardeal Stanislaw Rylko promove, em Roma, um Seminário de estudo com o tema “Deus confia o ser humano à mulher”. Pela primeira vez na história da Igreja um documento é destinado à questão feminina.

O evento teve início nesta quinta, 10, com a participação de representantes de associações e movimentos eclesiais, provenientes de 25 países e de especialistas de diferentes áreas profissionais: teólogos, filósofos, educadores, docentes universitários, jornalistas, historiadores e médicos.

Segundo informações do Vaticano, o Seminário constitui ocasião para “ se emprenhar com determinação e dar a própria contribuição a fim de esclarecer o valor único do papel da mulher na salvaguarda do Humanum”.

“Portanto, vemos a Carta apostólica como um importante farol iluminador sobre questões que estão surgindo sempre mais urgentes, que requerem cada vez mais uma participação dos cristãos”, disse a responsável pela Seção mulher do Pontifício Conselho para os Leigos, Ana Cristina Villa Betencourt.

Em entrevista à rádio Vaticano, a teóloga e decana do Departamento de Teologia e Ciências Humanas da PUC do Rio, Maria Clara Luchetti Bingemer, falou sobre a contribuição desta carta de João Paulo II para os conceitos e as práticas relacionadas à mulher desde o pensamento judeu-cristão.

“A maior contribuição da Carta de João Paulo II está em derrubar um preconceito milenar de que a mulher é responsável pela entrada do pecado no mundo. João Paulo dedicou uma boa parte da carta a isso para dizer que o pecado não é da mulher, mas o pecado original é da humanidade. Segundo ela, a humanidade é que é pecadora e não é totalmente integrada, não responde totalmente ao chamado de Deus à vida, à plenitude, ao amor. A mulher não é especialista em pecado”, afirmou.

Para a teóloga o documento apresenta algumas limitações e uma delas é o fato de confinar a mulher apenas aos papéis de esposa, mãe ou consagrada. “O desafio hoje é justamente buscar maior riqueza de papéis a desempenhar, de funções e de espaços a ocupar”, relatou.

Sobre o tema do seminário ‘Deus confia o ser humano à mulher’, Maria Clara disse achar pertinente, porém não se deve relacionar a expressão somente à maternidade biológica. “Eu acho que a mulher tradicionalmente é quem cuida da vida e da vida do ser humano em todos os sentidos”. Tradicionalmente, o homem sempre promoveu a guerra, o responsável pela morte e parece que eles se destacam por serem os promotores da violência e a mulher sempre esteve em estreita aliança com a vida. Creio que isso se deva à sua corporeidade que é apta para gerar a vida”, concluiu.

Fonte: CRB Nacional

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