Tráfico: aliciamento de menores em debate no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – O tráfico de seres humanos volta a ser tema de debate no Vaticano.

Depois da recente Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais dedicada ao assunto, especialistas e autoridades se reúnem nesta segunda-feira (27/04) para analisar o envolvimento de menores no tráfico. O evento foi organizado em parceria com a Embaixada da Suécia junto à Santa Sé, com a participação da Rainha Silvia.

A injustiça na raiz do problema

Em seu pronunciamento, o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, recordou que as crianças e os jovens continuam sendo vítimas de inúmeras formas de violência e escravidão, e são traficados para vários fins. Este fenômeno persiste não obstante programas e estratégias de ação nacionais e internacionais.

Isto porque persistem pobreza e subdesenvolvimento, aliados à falta de acesso à educação e à escassa oportunidade de trabalho. Além do mais, notou o Cardeal ganês, os conflitos armados e outras situações de violência e terrorismo são terreno fértil para o tráfico de menores. O resultado deste cenário é o envolvimento de crianças e adolescentes em prostituição, pornografia, drogas, casamentos forçados, recrutamento de soldados e trabalho escravo.

O Card. Turkson ressaltou os esforços da Santa Sé em criar redes para denunciar e debelar o tráfico e fez votos de que este Seminário siga o caminho já empreendido.

Tráfico de órgãos

Um aspecto em debate é também o do tráfico de órgãos, em que os menores também são envolvidos. O Programa Brasileiro contatou a Dra. Nancy Scheper-Hughes, especialista no assunto. Professora de Antropologia da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, a Dra. Nancy também morou no Brasil, um dos países exportadores de órgãos.

Ela afirma que se trata de um crime em evolução. Antigamente, quadrilhas internacionais movimentavam grupos de até 40 homens de um país a outro para a retirada dos órgãos. Hoje, o fenômeno se tornou mais sofisticado, sem que o dono do órgão traficado tenha que sair do país e, principalmente, de acordo com a demanda, para não atrair a atenção das autoridades.

Ouça a entrevista com a Dra. Nancy Scheper-Hughes:

(BF)

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