Novos Bispos visitam CRB

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No 30º Encontro para Novos Bispos promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de 05 a 09 de agosto, na sede da entidade, em Brasília (DF) , houve também  espaço para visitar a CRB Nacional, na manhã do dia 9.
Foram recebidos por Assessores e Funcionários.

Os bispos receberam as revistas Convergência e Missão Intercongregacional no Haiti.

Depois de apresentada a instituição CRB, em breve histórico, objetivos e prioridades para o Triênio 2019-2022, seus diversos departamentos e missão, abriu-se um diálogo. Entre as perguntas dos bispos:

  • O que um bispo diocesano pode fazer para animar os núcleos dos religiosos nas Regionais?
  • Como se explicar as causas da diminuição de vocações à vida consagrada?
  • Quantos são os religiosos no Brasil?Os religiosos  no Brasil são cerca de 37.800, sendo 7.600 homens
  • Sobre a pergunta apresentada por um bispo referindo-se ao fechamento de algumas dioceses à vida religiosa, foi recordada a mensagem de Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, mad, presidente da CRB Nacional,  aos bispos reunidos em Assembleia no primeiro semestre deste ano. Segue a mensagem.

 


CRB NACIONAL

CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL

           SDS Bloco H nº 26 Sala 507-  Edifício Venâncio II
       CEP: 70393-900 – Brasília – DF

Tel.: (61) 3226-5540 – Cel (61) 98451-0248

        presidente@crbnacional.org.br

MENSAGEM  NA 57ª ASSEMBLEIA DA CNBB

Aparecida, 01 a 10 de maio de 2019

Irmãos queridos, Pastores da nossa Igreja do Brasil

Mais uma vez,  acolho com alegria e comunhão esta oportunidade de dirigir aos senhores breves palavras, em nome de todos os Consagrados e Consagradas do Brasil, que garantem a unidade,  na grande e desafiante missão de evangelizar!

Em primeiro lugar, ação de graças por esta Assembleia,  pelo empenho de cada um na preparação das Diretrizes para a evangelização na nossa nação, bem como a disponibilidade para o serviço na presidência e comissões.

Somos mais que conscientes do momento desafiante que vivemos e a Conferência dos  Religiosos e Religiosas do Brasil continua chamando  a Vida Consagrada a estar atenta aos sinais e apelos prementes de Deus hoje. Continuamos empenhadas/os  em nossa missão místico-profética. Juntas/os aos nossos Bispos, queremos prosseguir, pois é justamente  na  mística e  profecia que indicamos caminhos,  particularmente em tempos de crise e agora, me parece, a mais aguda dos tempos que tenho vivido. Somos chamadas/os a sermos pessoas de Deus. “Somos mestres da fé, porque somos sedentos de Deus”, disse Dom Tolentino no Retiro dessa Assembleia. Quando os poucos caminhos se fecham, o profeta  levanta a esperança do povo,  com setas,  e abrem-se novas trilhas na missão de cristãs/ãs, bispos, sacerdotes, consagradas/os, diáconos, leigas/os. Nossa Igreja carece de mais profetas e profetizas.

Os dons hierárquicos e os dons carismáticos são coessenciais para a eclesiologia de comunhão e não é possível valorizar demais um e sobrepor o outro.  A eclesiologia de comunhão cresce e se espalha quando há unidade na diversidade, onde há valorização e inclusão e não disseminação e dispersão.

Neste sentido louvamos ao Senhor pela retomada das Assembleias dos Organismos do Povo de Deus e salientamos que esperamos da nova Presidência da CNBB um avanço  na elaboração do  subsídio de orientação às novas formas de Vida Consagrada  e Novas Comunidades formadas por  leigos e leigas empenhadas/os na ação evangelizadora, e consagradas/os com  os Votos de Pobreza, Castidade e Obediência e vida em  comum. Agradecemos que nessa Assembleia foram retomados os trabalhos.

A contribuição das Consagradas e dos Consagrados através da presença e atuação, com os demais membros da Comunidade Eclesial,  leigos, diáconos, sacerdotes e bispos, favorece o crescimento da unidade eclesial.

Acima de tudo,  no seu ambiente  e contexto eclesial  a Vida Consagrada, nas suas várias formas e Carismas,  é valorizada pela sua IDENTIDADE, como   testemunho de uma forma particular.  Esperamos que nossos Pastores não nos valorizem apenas pela funcionalidade.

Citando o Papa Francisco: “É necessário que a mulher não seja somente mais ouvida, mas que a sua voz tenha um peso real, uma autoridade reconhecida, tanto na sociedade como na Igreja”.

Ainda permanece a ideia de que primeiramente por ser mulher, e depois por ser religiosa, ela ainda, na sua maioria, é excluída. E hoje, sofremos muito pelos pronunciamentos do Presidente da República,  quando desvaloriza a mulher de maneira tão cruel, incentivando claramente o turismo sexual e a prostituição quando há um grande empenho em erradicá-la principalmente entre os mais vulneráveis, jovens e crianças mais pobres.

Neste sentido, queremos reforçar nosso empenho,  através da nossa “Rede um grito pela vida”  e outras iniciativas,  na prevenção e enfrentamento do tráfico humano e o abuso de crianças e adolescentes.  Esta é uma situação que nos constrange e nos machuca muito!  Aqui conclamo a Vida Consagrada a nos colocarmos de joelhos e colaborar na realização de ações concretas.   Peço aos Senhores Bispos e Provinciais  pois a quem deveríamos pedir?  Vamos cuidar mais da formação dos futuros presbíteros, consagrados e diocesanos.  Assusta-nos o crescimento de pessoas homossexuais em formação e já ordenados, bem como heterossexuais, de maneira  ativa, causando grande dor ao povo de Deus.

Estamos profundamente solidárias/os com nosso povo. O país vive um momento dramático.  Estamos vivendo sucessivas atitudes que  restringem os direitos arduamente conquistados, um deles o desmonte da Previdência Social, contrários aos ditames de nossa Carta Maior de 1988.  A proposta da Reforma da Previdência, PEC 06/2019 é iníqua pois é contra os interesses dos segurados e benéfica  para empresas e sistema financeiro. Não somos contrários/as a reforma, desde que não deixe em prejuízo  os idosos, as mulheres, os trabalhadores rurais, os deficientes e os aposentados por invalidez.   Não podemos aceitar que as pessoas sejam transformadas em números, servindo aos interesses do “mercado”, isto é, de uma economia desumana.

O Papa Francisco nos diz que a Vida Consagrada é “um dos tesouros mais preciosos da Igreja”. Ele nos convida a ir com paixão, para onde for necessário, para todas as periferias,   anunciar Jesus Cristo  aos mais afastados, aos pequenos, aos pobres e deixar-nos evangelizar por eles.

É uma graça ter uma Comunidade Religiosa no bairro, na Paróquia ou Diocese, mesmo com os grandes desafios de hoje.  Ainda que  com membros envelhecidos, a Vida Consagrada mantém a chama da profecia, na oração  e perpétua doação. 

 

Convido os senhores e imploro,  com todo carinho,  a priorizar:

  • A valorização dos diferentes Carismas na Igreja, principalmente por parte da maioria dos presbíteros. O exercício do poder de forma errônea por parte de muitos, os distancia dos Consagrados e Leigos; 
  • A abertura para a vivência dos Carismas no espaço eclesial ao mesmo tempo a contribuição das Consagradas no espaço de evangelização, seja na dinamização ou na formação nas diferentes pastorais, bem como nos Seminários;
  • Os estudos, reflexões, cultivo da espiritualidade e fraterno convívio, feitos em conjunto,  presbíteros, diáconos,  consagrados e consagradas;
  • O cuidado mais aprimorado na formação, de forma mais orgânica,  que prepare os presbíteros para valorizar os diferentes Carismas presentes em sua paróquia e diocese,  dentre eles a Vida Consagrada,  promovendo um trabalho em conjunto e dando oportunidades para conhecer e viver o Carisma da Vida Consagrada na Igreja e junto aos leigos;
  • O empenho na superação do poder, do clericalismo, da exagerada rigidez das regras,  da  preocupação com as vestes.   Isso cria tensão e dificuldades de permanecer no essencial, que é o anúncio do Evangelho. As situações rígidas, fechadas, criam também pessoas tristes, amargas com dificuldade de relações sadias e verdadeiras;
  • A valorização e inclusão dos diferentes Carismas na Igreja local, de modo especial, as novas formas de vida consagrada e novas comunidades, no que diz respeito ao todo da dinamização da Ação Evangelizadora;
  • Uma maior presença dos Presbíteros nos espaços onde a Vida Consagrada atua (educação, saúde e assistência social). Muitas vezes, restringem-se a administração dos sacramentos e a parte burocrática da Paróquia e alegam falta de tempo para marcar presença junto às crianças, aos jovens, especialmente às famílias, os mais pobres e vulneráveis.  Isso acaba criando um distanciamento e perde força.  O hierárquico parece ganhar força em detrimento ao carismático.

Por fim, agradecemos a acolhida e todo o esforço de uma caminhada realmente eclesial.

Agradecemos a participação e colaboração na Missão Intercongregacional assumida pela Igreja do Brasil,  CNBB e CRB, no Haiti.  Nesta Assembleia estamos entregando a  REVISTA  MEMÓRIA   dos 10 anos desta fecunda missão. A CRB está articulando a continuidade junto a Vida  Consagrada, através da Rede Missionária Intercongregacional.

Queremos destacar a presença carinhosa e participação dos Senhores Bispos  nas atividades da CRB, seja em nível nacional, regional ou de núcleo.

Neste ano realizaremos a XXV Assembleia Geral Eletiva da CRB Nacional, nos dias 10 a 14 de julho, em Brasília,  com o Tema:  “CONSAGRADAS E CONSAGRADOS EM MISSÃO” e Lema:  “Fazei tudo o que Ele vos disser”(Jo 2,5). Contamos com a oração de todos os senhores.

 Com a Mãe Aparecida, almejamos fecunda missão à nova Presidência bem como às Comissões e outros serviços  da CNBB no próximo quadriênio.

Um  grande abraço a cada um. 

                                         Aparecida, 08 de maio de 2019                                         

Ir. Maria Inês V. Ribeiro, mad

Presidente da CRB Nacional

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