Igreja denuncia derramamento de sangue na Amazônia

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Brasília (RV) – Um levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência dos Bispos do Brasil revela que, no primeiro semestre deste ano, a região amazônica concentrou 95% das mortes por conflitos no campo.

Os dados apresentados pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno denunciam a ocorrência de 23 assassinatos relacionados às questões de terra de janeiro até o dia 15 de julho. De acordo com a CPT, somente um caso aconteceu fora da região amazônica.

Conflitos

Além das mortes, a CPT registrou a ocorrência de conflitos relacionados ao trabalho, desapropriações, criação de assentamentos, represálias à fiscalização e vigilância territorial e disputas de terra principalmente em quatro Estados: Pará, Rondônia, Maranhão e Bahia.

Pará e Rondônia somam 21 conflitos, 11 e 10 assassinatos, respectivamente. Nestes Estados, “grandes projetos de desenvolvimento”, como as usinas de Belo Monte, Tapajós e Jirau e Santo Antônio, estão sendo executados.

Diante desse quadro, a articulação das CPT’s da Amazônia tem denunciado os constantes conflitos na região, bem como o acirramento da violência e os impactos desses grandes projetos sobre a vida dos povos e comunidades amazônicas.

Rondônia

Duas situações chamam atenção nos casos de conflito em Rondônia. Uma é a represália a grupos de seringueiros e ativistas, como o geógrafo Elizeu Bergançola, ameaçado por causa de suas denúncias contra a extração clandestina de madeira. Em maio, o sem-terra Alexandre Batista de Souza foi assassinado.

A outra realidade que tem preocupado a CPT é o crescimento de casos de mortes de sem-terra por atiradores, a mando de latifundiários. Há denúncias de envolvimento de policiais e milícias armadas. Nestes casos, os confrontos aumentam diante da ausência de uma solução para os conflitos por terra.

De um lado, há diversos acampamentos à beira das estradas, os quais têm crescido por conta de um movimento de famílias mais pobres que retornam ao campo, em terras abandonadas. Por outro, o governo não tem conseguido administrar os pedidos de desapropriação destes locais com uma posterior destinação para a reforma agrária. (CNBB/RB)

 

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