Formação missionária com enfoque na Amazônia debate dimensão teológica da Missão

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Por Jaime C. Patias| 12.06.13| O Curso de Formação Missionária com enfoque na Amazônia, que acontece desde o dia 2, no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília (DF), concentrou suas reflexões, no início desta semana, na dimensão teológica da Missão. O estudo contou com a assessoria do padre Estêvão Raschietti, SX, mestre em missiologia e secretário Executivo do CCM.

Segundo padre Estêvão, ao tratar da missão, deparamo-nos com uma dimensão teológica fundamental: “a missão vem de Deus e é de Deus. A missão tem como origem o amor fontal de Deus, um amor que transborda. É Deus quem faz acontecer a missão”. Isso quer dizer que, “ao sermos enviados, nósparticipamos da missão de Deus, que deseja amar a humanidade, quer cuidar de cada um de nós e solidarizar-se com as situações mais difíceis de opressão e sofrimento”. Para o missiólogo “é importante entendermos a missão dessa forma, a fim de que, o sucesso não dependa das nossas ações. Isso nos coloca a caminho para ir ao encontro das pessoas de maneira gratuita, despojada, serviçal e disponíveis, como Jesus”. Referindo-se ao processo de inculturação, padre Estêvão ressaltou que, “muito além de uma atividade, a missão é uma viagem interior de superação, uma viagem Pascal que nos faz passar para uma nova vida”.

Participam da formação 20 pessoas, entre religiosas, presbíteros e leigos, que se preparam para a missão, de maneira especial, na região amazônica. Desde o início dos trabalhos, já foram abordas as dimensões humana e bíblica. A programação se estenderá até o dia 27 de junho e inclui ainda, abordagens teológica, geográfica, histórica, antropológica, socioambiental, ecumênica e espiritual.

Lúgera Ana, leiga militante do Movimento Fé e Política na arquidiocese de Mariana (MG) e residente em Ouro Preto, foi convidada a fazer uma experiência de missão em Altamira no Pará onde trabalham dois padres da sua arquidiocese. “A minha vontade é de ir e participar. O que me leva para a missão é a gratuidade da vida. Recebemos tanto que somos motivados a sairmos e partilharmos pelo menos um pouco de nossas vidas, das coisas bonitas que recebemos”, defende.

Natural de Barretos (SP), Irmã Júlia Maria Peccim, da congregação das Dominicanas de São José, deve ir à Belém de Solimões, na diocese de Tabatinga (AM). A religiosa será enviada pelo Projeto Igrejas-Irmãs entre o Regional Sul 1 (estado de São Paulo) e oRegional Norte 1 (Amazonas e Roraima), iniciativa que já envolveu cerca de 70 missionários e missionárias entre padres, religiosas e leigas. Irmã Júlia e Irmã Izabel Patuzzo, das Missionárias da Imaculada (PIME), que também frequenta o curso, farão parte de uma comunidade Intercongracional coordenada pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional São Paulo, parceira no Projeto. “O curso está derrubando conceitos e visões de que vamos à missão para ajudar. Na verdade, nós vamos para comungar com o povo e viver a experiência do estilo de Jesus Cristo já presente nas pessoas. Nós vamos para somar forças no Projeto de Jesus que é viver essa comunhão no discipulado”, sublinha a religiosa.

O padre italiano, Carlos Faggion, missionário Comboniano, há 38 anos no Brasil, já trabalhou em Rondônia, Espírito Santo, Santa Catarina e São José do Rio Preto (SP). Ele acaba de ser transferido para a periferia de São Mateus no norte do estado do Espírito Santo. Para o missionário, a formação permanente é fundamental. “Aqui estamos revendo valores para aprofundá-los em nossa vida. O ambiente de partilha e convivência cria comunicação no grupo. Num mundo em mudanças, se nós não nos atualizarmos corremos o risco de ficarmos inúteis ou de fazermos coisas contraproducentes”, avalia o religioso. “Não se trata tanto de fazer, mas de refletir para reorganizar a missão e sermos eficazes. Eu nasci antes do Vaticano II, imagine as mudanças que aconteceram nos últimos anos. A nossa conversão e a mudança de mentalidade, num mundo pluricultural, inter-religioso, são os maiores desafios na missão”, avalia.

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