Dia da Caridade

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

No dia 10 de maio de 2016, foi promulgada a lei Nº 5197 que institui o dia 11 de fevereiro como o Dia Municipal da Caridade na cidade de Passo Fundo. O projeto foi apresentado pelo Legislativo Municipal e a seguir foi sancionado e promulgado pelo Poder Executivo. A motivação de instituir o Dia Municipal da Caridade foi homenagear os 100 anos da fundação da primeira Conferência da Sociedade São Vicente de Paulo – fundada em 11 de fevereiro de 1916. Da caridade dos vicentinos nasceram obras como o Lar do Idoso Nossa Senhora da Luz, Casa de Apoio, Escola de educação infantil NotreDame Santa Isabel e o Hospital São Vicente de Paula.

A caridade não é invejosa, não é interesseira, não é presunçosa, nem se incha de orgulho nos escreve São Paulo na primeira carta aos Coríntios 13, 1-13. Por isso é necessário e justo reconhecer todas as obras de caridade existentes na cidade de Passo Fundo, sejam aquelas ligadas às Igrejas ou à sociedade civil, aos órgãos públicos e aquelas incontáveis e invisíveis ações individuais. É bom parar, perceber e reconhecer que isto faz parte do cotidiano da cidade. Ignorar estas ações é fazer uma leitura parcial da realidade.

Uma data como o Dia Municipal da Caridade não delimita a ação caritativa. Jesus, em um ambiente conflitivo, pergunta aos legalistas: “Em dia de sábado, é permitido: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar? (Mc 3,4).Para fazer o bem não existe dia, nem limitação moral, nem legal. Ter um dia da caridade é provocativo e faz refletir.

A caridade faz parte da história da humanidade e é ensinada e estimulada pelas grandes correntes religiosas e humanitárias. Ignorar a caridade na história da humanidade é fazer uma leitura superficial, pois, infelizmente, as páginas dos livros de história ressaltam em demasia violência e crueldade, que também existiram e continuam existindo.

A marca da caridade cristã está na sua referência a Jesus Cristo. É ele sua fonte, seu centro e seu fim. O cristão através da sua fé em Cristo e de sua comunhão viva com ele, está em condições de amar os homens como o próprio Cristo os amou e continua amando-os. Disso brotam algumas peculiaridades específicas da caridade cristã.

A caridade é uma virtude teologal, junto com a fé a esperança. Virtude é uma atitude firme, uma maneira habitual e constante de agir que regula os atos da pessoa. Não é um ato isolado, nem uma ação com segundas intenções. Ensina o catecismo que “pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem”. A fé, a esperança e a caridade formam um todo indissolúvel e mutuamente se chamam e se complementam.

Uma segunda característica é o caráter universal da caridade, por se dirigir a todos. Parte do princípio de que todos são irmãos (Mt 23,8), assim como Deus faz chover sobre os bons e maus (Mt 5,45). Outra marca da caridade cristã é que ela é um caminho de conhecimento de Deus e do ser humano. Conhecer em linguagem bíblica vai além do observar, memorizar, saber, mas atinge o plano das relações humanas.

Por fim, a caridade é uma realidade criadora e uma fonte fecunda de vida, ultrapassando os limites legais dos direitos e deveres. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica no nº 1829: “A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericórdia; exige a beneficência e a correção fraterna; é benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão”.

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo
02 de fevereiro de 2018

Publicações recentes