Cultura vocacional e querigma: Encontramos o Messias!

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Pe. João Mendonça, sdb

            A bela e espontânea expressão de André ao comunicar a Pedro o encontro com Jesus é fundamental para entender o querigma vocacional (Jo 1,41). Ele chega perto de Simão e diz: Encontramos o messias (Jo 1,41). Isto nos recorda uma das ideias fortes de Aparecida: A Igreja cresce, não por proselitismo mas por atração: como Cristo atrai tudo para si com a força do seu amor.

Impactados por Ele

            O querigma é o anúncio de algo que nos impactou de fato. Que mudou radicalmente nossa existência. É a conversão Paulina na sua essência. Paulo não foi um pervertido que se converteu, mas um bom fariseu que encontrou um significado para sua existência e deixou tudo para seguir a voz interior que o movia a evangelizar. Ele não carregava um peso, mas a graça; não se lamentava dos sofrimentos, mas entendia tudo à luz daquela chama interior que o consumia; não vivia triste, mas alegre com o antídoto do amor frente ao ódio e a violência (DAp, 29). Portanto, “conhecer Jesus é o melhor presente; tê-lo encontrado foi o melhor que aconteceu; fazê-lo conhecido é nossa alegria” (DAp, 29). Esta dinâmica querigma é também mistagógica, ou seja, nos faz mergulhar no mistério salvífico de Deus e nos torna servidores, e generosos discípulos (DAp, 31).

            Na medida em que o cristão compreende a fé mais será capaz de responder ao chamado de Deus sem medo. A fé é dom dado por Deus mas precisa ser celebrado, vivido, experimentado, compreendido, testemunhado e anunciado. Sem este ciclo da fé não existe maturidade do ato de crer. Portanto, não há como responder com generosidade e entrega ao chamado a sair da própria terra, dos próprios costumes, dos projetos pessoais, da mesmice do cotidiano e da liberdade autodestruidora e egoísta para ir ao encontro da voz interior que diz uma e outra vez: VEM E SEGUE-ME!

Ouvir a voz interior

            Na vida dos santos e santas é muito comum encontrarmos este apelo interior a partir do grito da realidade. Dom Bosco, por exemplo, viu e ouviu gritos de meninos e jovens abandonados e sentiu que Deus lhe dizia: cuida da salvação deles. Santa Tereza de Calcutá avistou um mendigo que agonizava e sentiu a voz interior que lhe dizia: Tenho sede. São Francisco de Assis deparou com um leproso e sentiu o impulso de beijar seus pés e depois uma voz interior lhe disse: Francisco, restaura a minha Igreja. São João Paulo II percorreu o mundo anunciando o Evangelho até que um dia viu uma faixa que dizia: Santo padre, o povo passa fome. Esta voz que brotou do meio de uma multidão faminta fez com que o papa entrega-se a vida pela justiça no mundo. A jovem bem-aventurada Laura Vicuña, percebeu o sofrimento de sua mãe castigada e explorada por um padrasto violento que também queria seduzi-la, porém Laura resistiu e ofereceu a vida pela conversão dele. Os servos de Deus Dom Luciano Mendes de Almeida e Hélder Pessoa Câmara, também ouviram a voz interior num Brasil desorientado e submisso pela ditadura e levantaram a voz contra toda forma de injustiça, divisões e prepotências. São santos de ontem e de hoje e, teríamos muitos outros. Em todos eles podemos perceber a mistagogia querigmática do encontro profundo e radical com Deus. Vidas que se doaram pela salvação do mundo.

Saber responder

            O querigma precisa ser resgatado na cultura vocacional em vista de respostas generosas, ousadas e criativas rompendo com uma cultura liquida e sem brilho, opaca e ensossa que nos empobrece a cada dia.

Pe. João Mendonça, sdb

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