A missão como êxodo pascal é tema de debate em Simpósio de Missiologia

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Por Rosinha Martins| 28.02.13 | A missão como caminho pascal foi a ênfase dada pelo missiólogo indiano, padre Joachim Andrade, svd, no terceiro dia do 2º Simpósio de Missiologia que acontece em Brasília-DF desde o último dia 25.

Ao ressaltar a missão como êxodo pascal o assessor falou sobre a importância de dar passos significativos no exercício missionário no sentido de fazer a travessia ou êxodo pascal de uma missão ad gentes para uma missão inter-gentes, do diálogo inter-religioso para o diálogo inter-espiritual.

“O mundo contemporâneo é nômade, portanto facilmente escapa de qualquer análise real e atual. Neste mundo há velocidade, diversidade nascimento de novas ideias, vivência harmônica dos povos diferentes no mesmo espaço, podemos dizer que somos a primeira geração a experimentar essa diversidade”, disse.

Para o missiológo, é de fundamental importância, ainda que desafiante, compreender essa travessia e tentar estabelecer uma ponte entre a Igreja e o mundo contemporâneo. Essa passagem, segundo ele, aponta novidades no jeito de ser e fazer a missão.

“A missão ad gentes aponta para uma atividade de levar a boa nova aos territórios geográficos distantes onde Jesus é desconhecido. Apresenta também a dimensão da superioridade do conteúdo. Enquanto a missão inter-gentes mostra a dimensão da troca e da patilha onde outro é valorizado como também sua cultura e religião”, afirmou.

Segundo padre Joachim, com essa nova forma de compreensão, desaparece a ideia da superioridade do conteúdo da única religião, mas todas igualmente abrem caminhos para a salvação. Para se falar do diálogo inter-religioso é preciso partir do princípio de que a missão no mundo de hoje basicamente é intercultural, seja ela no outro lado da rua ou no outro lado do mundo, dentro do país ou no estrangeiro. A diversidade religiosa se encontra no trabalho e nas famílias de hoje.

“Esse ambiente nos ofereceram excelentes oportunidades para uma convivência inter-religiosa. Eles são realmente novos areópagos que promovem uma vivência intercultural entre os povos”, relatou.

 Como pistas concretas para uma missão eficaz padre Joachim ressalta que é necessário estar na missão como hóspede e aprender a tirar os sapatos. Ser hóspede na casa do outro, a seu ver não é tarefa fácil, mas ao chegar à casa, na cultura do outro o dever do missionário é tirar as sandálias.

“O sapato representa a proteção indispensável entre o ser e seu meio. Nesse processo, há uma importante interação entre os pés e o sapato. Este nos protege pela sola, mas para que cada passo seja confortável ao pé e para que ele não se desapegue é preciso que o corpo do sapato vá se ajustando à forma do nosso pé. O chão é o pavimento da vida e ele não se ajusta à nossa pisada”, ponderou.

Frisou ainda que o missionário como um bom hóspede sempre toma consciência de um simples saber: “saber deixar e saber chegar”. Ninguém deve chegar a uma determinada cultura sem a disposição para o diálogo e para acolher o outro.

Promovido pelo Centro Cultural Missionário de Brasília e a Rede Ecumênica Latino-americana de Missiólogos e Missiólogas, o 2º Simpósio de Missiologia termina nesta sexta-feira, 01 de março.

 

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