A Beleza de Deus

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Lauro Daros, fms | Não é possível situar Deus em primeiro lugar na vida, simplesmente porque Ele não se prende a uma escala de valor. Não se pode dizer: em minha vida, primeiro Deus, depois a família, ou a empresa, ou os estudos. Não, Deus está no centro de tudo: da minha vida, da minha família, da minha empresa, dos meus estudos. De tudo o que eu sou, de tudo o que eu possuo, de tudo o que eu sonho, Deus é o centro, não o primeiro. E haverá vazio, desarmonia e saudades enquanto Ele não viver no âmago do meu coração e enquanto eu não me sentir no âmago do coração de Deus.

A magia está na relação com o Sagrado. Rompe-se a dicotomia espiritual/humano. Integração íntima, de profunda amizade, de confiança, de carinho, de afeto, de amor. Sem visão moralista. Deus dispensa moralismos. O Criador não se prende à ínfima visão de mundo da criatura. Não seria Deus se coubesse na concepção das pessoas, das instituições religiosas e das religiões. O Mistério é inatingível pela pequenez humana.

Quando chegar o sublime dia de retornar para o Criador, o que importa não será o número de missas participadas, ou o número de mandamentos memorizados, ou a religião adotada. O essencial será o quanto amei e o bem que realizei. Que eu cuide então da nossa casa comum, o planeta Terra. Que eu aproveite o meu tempo e o meu espaço para construir boas relações humanas, para amar e fazer o bem. Quando, um dia, chegar a hora de deixar este belo e apaixonante Planeta, e olhar para trás, vou perceber que, o que valeu de verdade, foi o tanto que amei e o bem que fiz. Tudo o mais é irrelevante. Tudo o mais é vaidade. Tudo o mais é pó.

É possível resumir a vida de Jesus em uma única e densa frase: passou a vida amando e fazendo o bem. Nada mais simples, nada mais claro. Ele era o que pregava e pregava o que era. Nada mais claro e nada mais simples: só é cristão quem ama e faz o bem. Pela oração sincera e transparente, fruto da fé, o cristão está em sintonia com Jesus. E está em harmonia com Ele pelo amor e pelas boas obras. Nem se dispensa a fé, nem se descartam as obras. Fé e boas obras integram-se, complementam-se, alimentam-se.

O paraíso nasce e é cultivado primeiro no íntimo. Do íntimo, expande-se sobre a existência e sobre a vida: as pessoas, os demais seres vivos, o ambiente cultural e ambiente natural. Segundo Angelus Silésius “se, no teu centro, um paraíso não puderes encontrar, não existe chance alguma de, algum dia, nele entrar”. Tão lógico, tão natural, tão simples.

Quanta beleza aos olhares puros! Quanta evidência da beleza divina! Quanta magia no amor! Quanto fascínio quando a Graça tudo invade! Há experiência religiosa sem o fascínio? Há espiritualidade sem a beleza? Tudo tão sedutor! Pode-se expressar êxtase e gratidão ao Criador sem amar a Criação? “Oh, Terra, oh, vida, vocês são maravilhosas demais para alguém percebê-las de verdade”, expressa John Powell. “Sou tão absorvida pela maravilha da vida na Terra que não consigo pensar em céu ou em anjos”, confessa Pearl S. Buck.

Possuído pela beleza, é natural que eu sinta a alegria de celebrar. Para O’ Sullivan “a expressão alegria de viver é o âmago daquilo que chamamos de celebração”.

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